Diante de toda complexidade que envolve o universo da formação de futebolistas, um aspecto tem ocupado um importante espaço nas reflexões e discussões a respeito da formação de atletas: O desenvolvimento individual.
As categorias de base dos clubes, centros de formação de jogadores (as) e/ou qualquer equipe que seja montada com grupo de jovens futebolistas, em muitas vezes, demanda suas energias nas diversas competições formais com o foco no “time” que começará as partidas e possíveis trocas para vencer seus jogos/campeonatos.
Logicamente, nenhum jogador (a) passa por seu período formativo sem jogar, competir. É um elemento fundamental do desenvolvimento esportivo, comportamental e técnico dos (das) futebolistas. Ainda mais porque, todas as categorias são organizadas e montadas de acordo com o ano corrente de nascimento, no intuito de oferecer mais equilíbrio e contemplar a fase de desenvolvimento do (da) atleta. O que é válido, e, se abordado de forma correta, equilibrada, contribui efetivamente na “construção” dos atletas.
Porém, o que a gente muitas vezes desconsidera é que, na base, cada futebolista deve (ou deveria) ter um projeto próprio de desenvolvimento individual. Pelo simples fato de que, é praticamente impossível, subir uma equipe inteira para o primeiro time. Isso já é difícil nas categorias menores, que dirá nas equipes de transição (Sub-20, Sub-23).
Porém, fica o questionamento: De que maneira equalizar estas questões individuais e coletivas na formação dos (das) atletas?
O primeiro passo é reconhecer que, no período de formação, a lógica do treinamento segue uma ordem, progressão: “dos aspectos individuais para os coletivos”, ou seja, potencializar as características dos jogadores por meio de ideias, de conceitos que sejam capazes de encorajar os (as) futebolistas a aplicarem suas melhores qualidades em campo.
E também, que possam participar efetivamente de todas as fases do jogo, diferentes momentos (como por exemplo: estar ganhando, perdendo e ambientes. A riqueza de repertório será um fator preponderante, para que o (a) atleta, no momento em que chega à equipe principal, ele (ela) possa se adaptar e compreender as diversas situações de jogo.
E, de que forma sistematicamente esse “desenvolvimento individual” deve ser aplicado num programa de treinamento numa categoria de base? Primeiro, como já explanado anteriormente, o mais importante é a lógica utilizada, olhar esse/essa atleta como parte fundamental do processo.
Para tanto, os exercícios em grande, pequeno grupo, ou até mesmo individuais necessitam desta conexão do (da) jogador (a) com o ambiente e com as possibilidades a serem encaradas.
Quando fazer? Por quê? De que forma? Onde? e quais consequências de TODAS as ações que envolvam o jogo? Em TODOS os exercícios, dinâmicas e jogos este tipo de reflexão deve estar presente por parte de quem treina, de quem coordena, dirige, e, obviamente, de quem pratica.
Como avaliar? Este talvez seja o ponto mais delicado nesta situação, porque é onde são tomadas as decisões de continuidade (ou não) do indivíduo no processo. O ponto inicial é, dentro da fundamentação da metodologia do clube/escola/centro de formação, haver espaço para se olhar o (a) atleta como parte principal do processo, definir progressões (em conjunto com as pessoas diretamente envolvidas e das mais diferentes áreas) para sua evolução e margem de erro, compreensão para as oscilações, muito presentes em todo período formativo.
Depois acompanhar a “transferência” do que foi proposto para o que foi realizado. É um movimento diário, semanal, mensal, anual e quinquenal.
Enfim, a base é bastante complexa. Há de se olhar, compreender e entender os elementos que devem ser priorizados durante todo o período de formação. Sendo assim, o desenvolvimento individual é, sem dúvida, um importante ponto nesta trajetória, para potencializar o desempenho dos /das jogadores (as), estimular suas virtudes e, principalmente, oferecer um repertório de fundamentos que contribuam para que atuem em excelência no time profissional e no resto de suas carreiras.
Texto de Wilson Souza
Quer aprender e debater mais sobre formação de atletas nas Categorias de Base com profissionais que são referência neste departamento?
O curso Olhos para Base do FootHub é o lugar certo para isso! Aproveite esta chance de potencializar sua carreira e se destacar no cenário esportivo!
📅 Data: 26/08 até 29/08
💻 Formato: Ao vivo pelo Zoom
⏰Horário: das 19h às 22h
O time de professores conta com:
🟢 Antônio Garcia: Executivo da Base do Fluminense;
🟢 Próspero Paoli: Coordenador técnico e metodológico das categorias de base;
🟢 Marcelo Prestes: Coordenador técnico da Iniciação do Internacional;
🟢 Luther Alves: Gerente de Captação do Internacional;
🟢 Leonardo Coelho: Diretor das categorias de base do Botafogo;