copa do mundo 2018 tite
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Copa do Mundo é tiro curto!

Tite e a sua competente comissão técnica vão para a sua segunda Copa do Mundo (Catar 2022).

Desenvolveram processos qualificados e criteriosos de observação e seleção de jogadores. Estabeleceram sua base dentro da própria CBF e por mais de seis anos ali estiveram, realizando suas atividades profissionais de uma forma nunca antes vista por quem acompanha os preparativos da Seleção Brasileira.

Outras comissões que por ali passaram foram igualmente profissionais, mas viver a CBF todas as semanas e todos os dias, inclusive revelando alguns detalhes dos seus bastidores, tem sido algo especial.

O atual treinador da Seleção Brasileira sempre buscou ser justo nas suas convocações e escalações. Traço que trouxe consigo dos clubes por onde passou.

De uma forma geral, todos os treinadores são pragmáticos. Acreditam fortemente nas suas convicções; não se desviam dos seus propósitos; e ‘morrem pelas suas cabeças’.

As equipes que os cercam são os seus parceiros profissionais, tão qualificados quanto eles, e cúmplices, nos acertos e nos erros.

Não é novidade que a Copa do Mundo é uma competição de tiro curto e, como tal, não perdoa hesitação em momentos decisivos.

O fato de a comissão técnica atual ter em seu histórico a Copa do Mundo da Rússia de 2018 leva-nos a crer que lições foram aprendidas e erros, avaliados. Afinal, outro traço marcante do treinador brasileiro é a sua inteligência e a sua sabedoria.

Apesar do pragmatismo inerente à profissão, treinadores já mostraram em copas passadas que se desprenderam de algumas convicções em favor de um melhor rendimento individual e coletivo.

Em 1994, Parreira tinha na sua equipe o jogador Raí que durante as eliminatórias e o período preparatório para a Copa dos Estados Unidos foi um titular quase inquestionável.

Depois de participar ativamente na primeira fase da competição, este deu lugar ao Mazinho que, respondendo bem quando exigido, provou-se em melhor forma física e técnica, assumindo a titularidade no jogo das oitavas-de-final contra os EUA (vitória por 1 a 0) e seguindo como titular da equipe até a conquista do Tetracampeonato.

Em 2002, Felipão tinha o Juninho Paulista como um dos seus principais articuladores. Não obstante, após o jogo das oitavas-de-final contra a Bélgica, este cedeu seu lugar ao Kléberson no jogo contra a Inglaterra, pelas quartas-de-final (vitória por 2 a 1), dando outra dinâmica à equipe e ajudando a trazer o Pentacampeonato para o Brasil.


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Em 2018, pode-se perceber que o Roberto Firmino, quando em campo, mostrava-se mais apto a estar entre os titulares que o Gabriel Jesus.

As características dos dois jogadores se diferenciavam por Firmino, além de participar mais da articulação do jogo, apresentava-se com mais confiança e imposição técnica. Ao passo que o Gabriel Jesus se apresentava com muita entrega e uma participação muito ativa no chamado ‘perde-pressiona’, estilo agressivo de marcação adotado pelo treinador.

A Seleção Belga já havia se mostrado muito perigosa no jogo aéreo.

Ficou ainda mais forte com a entrada do Fellaini que confirmou a sua escalação para o jogo contra o Brasil, após uma grande partida contra o Japão nas oitavas-de-final quando marcou, de cabeça, o gol de empate da equipe europeia que venceu a partida por 3 a 2.

Este também poderia ter sido um critério favorável à titularidade do Roberto Firmino para o jogo das quartas-de-final, a sua melhor condição de participação no jogo aéreo , tanto ofensivo, como, principalmente neste caso, defensivo.

Talvez, aquele primeiro gol belga….

Mas….a principal função de um ‘nove’ é fazer gols, algo que também fez parte do repertório deste jogador ao marcar o segundo gol contra o México, pelas oitavas-de-final, após 2 minutos em campo.

Entretanto, decidiu-se por morrer abraçados a um ‘ofensivamente’ improdutivo atacante.

E, por mais que o Roberto Martínez tenha reputado à sorte a classificação belga, todos sabem que o treinador brasileiro sempre acreditou em trabalho e competência.

Para a Copa do Qatar, o Gabriel Jesus está mais amadurecido, com a confiança em alta pelo trabalho realizado no Manchester City e, principalmente, pelo ótimo início de temporada que vem demonstrando no Arsenal.

Ao seu lado, o Pedro do Flamengo parece ser a opção mais interessante para integrar a lista dos convocados da posição, uma vez que o estilo de jogo do Gabigol está mais próximo ao do Gabriel Jesus. Ou seja, se quiser mudar a panorâmica do jogo, o estilo ‘pivot’ e a refinada técnica, aliada a uma excepcional presença de área de Pedro, agregariam mais valor ao jogo brasileiro.

Também buscando o seu espaço tem o Matheus Cunha, várias vezes convocado pelo treinador.

Particularmente, aprecio mais o futebol refinado de Pedro do Flamengo e acredito que ele acrescentaria dinâmicas positivas e diferentes ao já consolidado jogo da Seleção Brasileira.

A lição que pode-se aprender com as experiências passadas é que, para se ganhar a Copa do Mundo, além do profissionalismo e da competência que não faltam à comissão técnica brasileira, vai ser preciso também uma pitada de ousadia, pois a hesitação numa competição deste tipo nunca é perdoada.

O Tite e sua equipe já sabem muito bem disso.

Texto de Geraldo Delamore.

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