Fernando Carvalho dispensa apresentações no meio do futebol. Dirigente há mais de 30 anos, ele foi presidente do Sport Club Internacional em 2006, ano em que o Colorado foi campeão da Libertadores e do Mundial.
Fernando nasceu em 1952, em Porto Alegre, onde mora até hoje. Formou-se em direito e ingressou na área de esporte em 1982, primeiro como conselheiro e assessor jurídico do Internacional, depois como diretor das categorias de base, até chegar à presidência do clube e conquistar o mundo em 2006 e a América pela segunda vez em 2010.
Hoje, o cartola – que segue sendo um dos dirigentes mais queridos da torcida colorada – é consultor esportivo do Cianorte, time do Paraná, fundado em 1958. Afastado do Internacional desde 2016, quando teve uma breve passagem pelo Beira-Rio, Fernando incumbiu-se de uma nova missão: ajudar a formar executivos de futebol.
Junto ao FootHub, Fernando é o professor principal do curso “Executivo de Futebol”, que começa no dia 30 de março e segue até setembro de 2021. Além do ex-dirigente, são professores convidados Alexandre Mattos, Felipe Ximenes, João Paulo Fontoura, Pedro Martins e outros profissionais do futebol.
Para entrarmos no clima do curso que começa em 12 dias, a Biblioteca Ruy Carlos Ostermann recebe hoje as dicas deste grande gestor.
Jogando com os pés, treinando com a cabeça: gestão de futebol, Elio Carravetta.
Fala, presidente! Pra quem gosta de estrutura do futebol, eu sempre aconselho Élio Carravetta, professor querido que trabalha no Internacional já a tantos anos. Jogando com os pés, treinando com a cabeça é uma visão que o Élio tem que, acima de tudo o futebol como um esporte, assim como todos os outros, ele precisa ser compreendido. Ele traz falas sobre estrutura, sobre preparação física, preparação emocional, que é fundamental para enfrentar as inúmeras adversidades do futebol.
Guardiola Confidencial, Marti Perarnau
Fala, professor! Esses dois livros são fundamentais para quem quer entender a visão interna da gestão no vestiário. São dois treinadores que representam escolas que se combatem: posição, do Guardiola, e reação, do Mourinho.
No primeiro, Guardiola conta a sua história de formação no Barcelona até a chegada no Bayern de Munique, detalhando treinamento, coisas que ele faz, que ele escolhe. Ele narra o momento que ele entendeu que o Messi deveria jogar como centroavante, semelhante com o Cruyff, sendo sempre um fator surpresa desequilibrando a marcação do adversário.
Mourinho Rockstar, Luís Aguilar
No segundo, temos Mourinho com seu futebol reativo, com muita marcação e pouca posse de bola, mas sem dar espaço pro adversário – bem diferente do futebol do Guardiola, que quer ter a bola. Mourinho não gosta de ter a bola, ele gosta de ter o espaço, e tendo o espaço ele não permite a entrada do time rival em zonas fatais. O livro também traz o lado polêmico do treinador e a relação com a imprensa.
Texto de Júlia Vargas.