equipe de trabalho da Inter de Limeira
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Por onde começa o trabalho do analista?

O processo de análise de desempenho tem inúmeras particularidades, as quais muitas já trouxemos aqui neste espaço do FootHub. Mas uma pergunta que costumeiramente me fazem é: por onde começar ao ser contratado?

O pontapé inicial é entender o clube. Para realizar isto, eu me baseio em três pilares básicos: Qual é a cultura daquele time? Que campeonatos ele disputa? Quais os objetivos do clube?

A cultura do clube é um trabalho de pesquisa e conversa com os profissionais que já estão inseridos no clube. Da ligação para um profissional, a indicação de um colega até o dia a dia do trabalho. É algo empírico, subjetivo. É preciso absorver as características do ambiente e identificar o DNA futebolístico. Como aquele clube vem se estruturando, se desenvolvendo. É quase como perguntar o sentimento do torcedor sobre a sua paixão. É mais do que futebol.

Os campeonatos são uma pesquisa própria, um trabalho manual e minucioso. Para responder à pergunta macro, precisamos realizar uma série de microquestionamentos. O time já participou dos campeonatos que ele está disputando? É preciso entender cada torneio. Se o campeonato for de pontos corridos, a análise é de um jeito. Se for mata-mata, é de outro. A análise é trabalhada a curto e longo prazo. A partir daí, vamos para o campo. Que atletas o clube já tem? A categoria de base tem bons valores? Respondendo a todas estas perguntas, vamos buscar entender o perfil de cada atleta. Já falamos sobre isso aqui no FootHub.

Por fim, os objetivos. Estes, aliás, vão nortear todo o trabalho. Os objetivos partem do profissional que contrata. Seja ele o executivo, o diretor de futebol, o gerente esportivo, o presidente ou qualquer que seja o responsável pela contratação – seja ele estatutário ou não. A reunião com o treinador expõe os objetivos em cada campeonato e na temporada. Vamos disputar na ponta da tabela ou vamos disputar para permanecer na mesma divisão? É aí que começa o trabalho de análise em si.

Geralmente, depois desta primeira análise, nós vamos atrás das peças que faltam. Podemos realizar contratações? Na maioria das vezes, quando se começa um campeonato, sim. Em times de menor estrutura, existe a possibilidade de um “desmanche” entre competições. Precisamos avaliar isso e, se possível, ter sempre dois atletas por posição. De preferência versáteis. Que peças podem faltar naquele elenco? Mas isto é assunto para outro texto.

Achei importante recuperar este processo de início de trabalho no meu atual momento. Há pouco mais de uma semana, iniciei ao lado do treinador Dyego Coelho o trabalho como analista de desempenho e auxiliar técnica na Internacional de Limeira. No último domingo (6), fizemos a nossa estreia contra o Madureira na Série D do Campeonato Brasileiro. Porém, antes da bola rolar, eu precisei passar por todos estes processos aqui descritos. O time pode ter iniciado a sua caminhada no último final de semana, mas a nossa comissão técnica já vem respondendo a todos estes questionamentos aqui listados há alguns dias. E o trabalho está só começando.

Texto de Michele Kanitz.

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