Sabemos que o esporte possui uma grande influência perante a sociedade. Num ambiente de constante mudança, o esporte passou a ser uma ferramenta estratégica para inclusão de novos mercados. Nesse contexto, o “Pink Money” surge como um movimento de consumo da população LGBTQIA+ que movimenta cerca de R$ 14 trilhões no mundo, tendo o Brasil como oitavo país no mercado LGBTQIA+, segundo a LGBTQIA+ Capital. Desse modo, esse público possui um alto grau de fidelização e consumo com marcas que abraçam a causa.
No sentido oposto, o esporte afastava, historicamente, esse público dos ambientes esportivos. Haja vista os cânticos e gritos proferidos por torcedores a clubes rivais e não a aceitação de um jogador assumir sua sexualidade. Felizmente, os tempos mudaram e o principal exemplo de gestão esportiva no mundo – os Estados Unidos – percebeu a oportunidade e utilizou o esporte para promover ações de conscientização e combate a homofobia. Na temporada de 2018, o LA Galaxy, time da liga americana de futebol (MLS), destinou parte das vendas de ingressos da partida do Pride Night, evento realizado para conscientização ao combate a homofobia, ao centro LGBTs de Los Angeles. Inclusive, os clubes da MLS vestiram camisetas personalizadas com o objetivo de incluir esse público no esporte.
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Nas terras brasileiras, ainda estamos distantes de ações feitas pelos americanos. No entanto, já surgem algumas agremiações esportivas formadas pela comunidade LGBTQIA+. Em São Paulo, desde 2015, o Unicorns Brazil reúne cerca de 150 pessoas que praticam diversos esportes como futebol, corrida e treino funcional no parque Ibirapuera. Percebendo a oportunidade de negócio, juntamente com uma forma de combater a homofobia, a Adidas promove corridas de rua gratuita. Aqui no estado, o Pampacats participa de campeonatos destinados ao público LGBTQIA+ com equipes de futebol, vôlei e handebol. O grupo possui alguns parceiros estratégicos que usam o time para se comunicar com a comunidade em destaque.
Nesse cenário de constante mudança, o esporte utilizado como uma ferramenta de transformação social, e aliado a empresas que buscam novos mercados, contudo a compreensão da causa LGBTQIA+ propiciaria novas oportunidades de negócios. Além de promover os valores esportivos numa causa tão presente nos dias de hoje.
Texto de Gabriel Klein.