Quando começam os torneios europeus surge um questionamento sobre quem será o futuro torcedor dos clubes nacionais. Há anos que nossos clubes designam às famílias a função de arrecadar e fidelizar seus torcedores. Compreensível, uma vez que a paixão ou a simpatia pelo time passa de geração por geração. Quem nunca recebeu quando criança o uniforme completo do time do coração do pai, da mãe ou de alguém da família?
Pois bem, os tempos são outros agora. Estamos num mundo mais conectado, onde o alcance a outras agremiações esportivas foi facilitado pela internet e, principalmente, pelo videogame. Os jovens torcedores de hoje possuem um acesso maior a informações de ligas e de times estrangeiros, tornando-se consumidores em potencial desses clubes. Hoje já podemos ouvir que eles torcem por um time nacional e um europeu. E o que os clubes brasileiros estão fazendo para minar essa investida dos times europeus? Quais são as estratégias para conquistar ou fidelizar esse novo consumidor?
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A ascensão do gosto dos jovens torcedores por clubes estrangeiros é demonstrada pelo simples fato que os três maiores clubes seguidos, por brasileiros, nas redes sociais são europeus. Nesse contexto, os clubes europeus perceberam um negócio promissor nas Américas e instalaram escritórios nos Estados Unidos para estudar melhor esse mercado, e lógico, expandir a sua marca e estar mais próximo desse consumidor.
Quantas escolinhas de futebol, as academies, dos clubes europeus estão no Brasil? Pergunte a uma criança: “Pra qual time ela torce?” Geralmente a resposta virá com um time brasileiro acompanhado de um europeu. Porém, num futuro não tão distante veremos torcedores apenas de times europeus. Outra mudança perceptível é que nos domingos de sol, as crianças estão usando o uniforme completo de um time europeu para jogar bola nos parques da cidade.
Infelizmente a solução para esse problema não é instantânea; requer tempo, planejamento e estratégias de marketing. Um primeiro passo é assumir o papel de protagonismo na fidelização e na captação desses torcedores, e ter um olhar crítico ao mercado local. O alerta foi dado, para que nossos clubes não vivem no passado e possam construir grandes histórias com o seu principal patrimônio, o torcedor.
Texto de Gabriel Klein.