Se você utilizou ferramentas de pesquisa para buscar smartphones nas últimas semanas é bem provável que ao passar nos stories tenha encontrado publicidades envolvendo tais equipamentos. Ou mesmo que não tenha pesquisado, pode ter visto em outdoors, revistas ou mesmo por ter passado em frente a lojas de eletrônicos.
É impossível viver sem eles. Não existe mundo sem eles. Mas não é a isso que pretendo me ater. Numa destas propagandas, uma determinada marca anunciava a “mais nova novidade” do mercado. Me deparei com aquilo com espanto. Vejam só, um celular que é dobrável, o famoso flip.
Quem viveu a adolescência no início da década passada com certeza se encheu de nostalgia (além claro de uma sensação de velhice por lembrar quanto tempo faz). Há muito que estes modelos deixaram de estar em evidência, por diversos motivos e aqui cito alguns.
A popularização das mensagens de texto fez surgir a demanda por um teclado mais eficiente. Era difícil digitar quando a letra que você queria era só a quarta possibilidade dentro da mesma tecla (letra “s” que o diga). Além disso, surgiu a tecnologia que permitia que o celular tivesse na sua tela todas as ferramentas e o teclado “físico” perdesse o sentido. Eficiência.
Logo, não havia demanda para os flipers. Nem mesmo o saudosismo podia combater a tal da eficiência. A questão é que as necessidades mudam. Muitas vezes são fabricadas, mas mudam. Por vezes voltam a ser aquelas que um dia deixaram de existir. Mas mudam. Hoje, o celular dobrar faz sentido. Ele continua tendo o touch screen, abarca a necessidade de compactação dos aparelhos, possibilita que você não precise de um suporte para ligações de vídeo ou reuniões, por exemplo. Eficiência.
Ah, mas o que tem a ver a Samsung voltar a produzir o celular dobrável com futebol? Muito pertinente a pergunta, provavelmente nada. Mas veja só, algo que foi muito eficiente no passado, mais até do que diversas das alternativas utilizadas neste interim pode voltar a servir em contextos diferentes. Romário e Bebeto não precisam mais ser somente um devaneio nostálgico.
Toda dupla vai ser como eles dois? É possível que nenhuma seja. O ponto é que produzimos atletas com características que encaixam com a ideia e existem exemplos recentes de sucesso dessa forma. O resgate à memória é mais do que válido e nesse, como em outros muitos casos… eficiente.
Texto de Pedro Heitor, do Los Futebólicos.