Decisão da Libertadores 2023: Quem será o Campeão?

Finalmente, após 10 meses de competição, com jogos entre adversários de vários países, com estilos e características as vezes diferentes outras vezes semelhantes, ou propondo ou reagindo ao jogo, contato físico, intensidade, sofrendo efeitos do clima ou da altitude de cada local das partidas, as pressões naturais decorrentes da importância da competição, chega-se a final da Copa Libertadores de 2023, entre o vistoso futebol do Fluminense FC de Fernando Diniz e o pragmático e resultadista futebol do Boca Juniors de Jorge Almiron, por coincidência a ser disputada na casa do time pó de arroz ,no emblemático estádio do Maracanã ,de tantas surpresas desde seus primeiros jogos em 1950.

O clube brasileiro com trabalho consolidado, planejado, com sequência, com seu Presidente Mário Bittencourt e com o Executivo Paulo Angioni, na gestão iniciada em 2019, desde então apresentando visível crescimento tanto no âmbito interno ,como agora no contexto continental.

Conta com o treinador Fernando Diniz para comandar sua equipe desde maio de 2022, o que confere continuidade ao trabalho, elemento essencial para obtenção de bons resultados, profissional esse que já trabalhará na casa com a mesma diretoria ,em 2019.

Diniz ao longo de sua carreira, despertou amores e ódios, muito elogiado pelos românticos e admiradores do futebol vistoso, de ataque permanente, sem muitas cautelas defensivas, as vezes “kamikaze”, mas que a partir dessa sua segunda passagem pelo tricolor carioca, com a flamante conquista do titulo estadual de 2023, em espetacular vitória de 4X2 sobre o poderoso Flamengo, deu lustro seu a titubeante currículo anterior, quando sofria inesperados reveses em decorrência de sua estratégia, nem sempre equilibrada.

No atual momento no Fluminense, (que também o levou a técnico provisório da Seleção Brasileira), Diniz encontrou o equilíbrio entre defender e atacar, sem abrir mão da proposição permanente, contando com 6 (Nino, André, Alexander, Jhon Arias, Cano e Martinelli) atletas que em conjunto ou alternamente, pelo vigor físico ,pela intensidade, pela disciplina tática, pela entrega, dão estabilidade ao seus onze, para compensar falta de competitividade de alguns players (Marcelo, Felipe Mello, Ganso), que fornecem apenas técnica apurada para o time, mas que muitas vezes são decisivos.

Leia: Fernando Diniz está preparado para treinar a Seleção?

De Fernando Carvalho

Com esse perfil, suplantou adversários poderosos na competição, como Argentinos Juniors, Olímpia e Internacional , esse ultimo em 2 jogos espetaculares, em que a decisão ocorreu por detalhe, nos 5 minutos finais do segundo jogo, onde as duas características principais da equipe tricolor apareceram: o Fluminense e o time que concede ao adversário, por sua forma de jogar, as maiores oportunidades, mas também a equipe que apresenta os maiores riscos.

Pedro H. Tesch/Getty Images

No caso do Internacional, prevaleceram os “maiores riscos”, contra os rubros, pois após o colorado ter perdido chance de matar a serie semifinal no primeiro jogo, quando teve um jogador a mais, e também por ter perdido oportunidade de golear no jogo do Beira Rio, quando deixou de concretizar 3 gols antes de sofrer a virada nos 5 minutos finais, perdendo assim, as “maiores oportunidades”.

Do outro lado tem-se o Boca Juniors, tradicional clube portenho, acostumado a decisões, um dos maiores vencedores de títulos sul americanos, com seu Presidente Jorge Almeal e o Diretor Executivo, o lendário Juan Roman Riquelme, com gestão iniciada em janeiro de 2020 e desde então deduzindo praticas tendentes para recolocar a entidade no caminho dos títulos de outrora.

Após campanhas com altos e baixos ,sem muito luzir, o clube de “La Boca”contratou Jorge Almiron para “Coach”, tentando voltar a pódio das disputas, com futebol pragmático, resultadista, reativo, de muito contato físico, absurda intensidade, entregando a bola aos adversários, esperando pelo erro para tornar-se letal.

Antes de chegar ao Boca, Jorge Almiron, trabalhou como treinador em clubes árabes, ,espanhóis, mexicanos e argentinos tendo atingido seu maior destaque no Lanús no ano de 2016 quando conquistou (diga-se de passagem com mesmo estilo), o titulo do Campeonato Argentino e da Copa Bicentenário da Argentina no mesmo ano. Alias, o Lanús derrotado pelo Grêmio Porto Alegrense na final da Libertadores 2017, era treinado por Almiron.

Para chegar a final ,ao contrário do adversário carioca, o Boca Juniors pontificou por mostrar defesa sólida e ataque ineficaz, tanto que a partir das oitavas de finais da atual competição continental, empatou todos seus jogos, obtendo classificação sempre nos pênaltis, lastreado no espetacular arqueiro Sergio Romero, especialista em tiros fatais.

A final de 04/11/2023 no Maracanã, antes de mais nada, será o confronto de escolas e estilos; de um lado o futebol envolvente, vistosos, propositivo, de passes insinuantes, de alguns atletas com brilho pessoal, mas nem tão participativos ,mas também de players competitivos, intensos ,com boa tecnica, contundente ofensivamente mas as vezes vulnerável na fase defensiva, e ai se fala de Fluminense.

De outro lado, futebol truncado, de muita marcação, contato físico, muitas faltas, esquema 4-4-2 , as vezes 5-4-1 outras vezes 4-5-1, priorizando a fase defensiva, contando com contra ataques rápidos e acima de tudo, com o erro do adversário, explorando suas fraquezas na fase defensiva ,arrastando o jogo para, se possível, levar a pugna para pênaltis, contando com a maestria de Chiquito Romero, e ai se fala em Boca Juniors.

Finalizando, arrisco aqui um vaticínio que ultimamente não me favorece (nas semifinais, para amigos próximos, palpitei que final seria entre Internacional X Palmeiras), apontando o Boca Juniors como provável vencedor da Libertadores desse ano, mesmo com as deficiências de seu time, com o futebol as vezes precário que pratica, arrolando os seguintes fundamentos: primeiro, os critérios arbitragem de Libertadores, permitindo futebol viril, de muito contato físico, no limite da ação faltosa, aos quais estão afeitos os argentinos, diferente dos brasileiros que convivem com estilos de arbitragem diversos, onde ao menor esbarrão são denunciadas ações indevidas. Segundo, os portenhos, sabem jogar decisões como poucos, e nessas ocasiões importa sobre modo a camisa pesada do Boca Juniors, com atletas afeitos a partidas com essas características. E por último, terceiro, as fragilidades defensivas que costumeiramente oferta o Fluminense a seus rivais, são fatais em uma decisão.

O que acha meu amigo leitor? Discorda? Concorda? Diga lá sua opinião.

Texto de Fernando Carvalho

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