sul-americano na mls
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América para (sul)americanos

Não é novidade que os jogadores sul-americanos estão em toda a parte do mundo futebolístico. A quantidade de talentos que são produzidos aqui segue escalas industriais, abastecendo os mais diversos mercados.

Essa introdução poderia tranquilamente ter saído de colunas econômicas dos maiores jornais do país. A questão é que o jogo e principalmente os jogadores têm se tornado cada vez mais algo também comum nos artigos relacionados à economia: mercadoria.

Não poderia ser diferente, visto o mundo em que vivemos hoje. O ponto do texto não é (poderia ser) esse. O processo migratório dos atletas “sudacas” tem seguido um padrão diferente do que estávamos acostumados. A Europa continua sendo o alvo principal de quem deseja estar na elite do esporte bretão, é lá que estão os melhores.

Porém o que se vê hoje é a emergência de uma liga e de um mercado outrora marginalizados. O novo rumo para muitos dos mais destacáveis em solo latino é a MLS (Major League Soccer), também conhecida como liga estadunidense de futebol. 

Era natural que houvesse um êxodo maior de jogadores para os Estados Unidos da América, atraídos por algumas questões fundamentais não só para um atleta, mas antes de tudo, para a pessoa. A completa dominância do dólar com relação às moedas dos países sul-americanos, a possibilidade de estar num país que (ainda) remete a grandes oportunidades, a organização da liga e do calendário e muitos outros são os aspectos levados em consideração.

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Os clubes perceberam que contratar grandes estrelas do futebol europeu em declínio técnico traz uma boa visibilidade e aumenta o nível geral da liga, porém ter estes atletas jovens perseguindo o seu auge físico e maturação técnica rende não só esportivamente, como dá a possibilidade de retorno financeiro ao investimento feito.

Não a toa, pouco mais de 57% dos atletas inscritos na MLS são estrangeiros. Ao todo, são 156 jogadores nascidos na América do Sul que atuam na liga estadunidense. Isso representa cerca de 20% do total de atletas e 1/3 com relação aos estrangeiros. Dentre os Atletas, 10 dos 12 países do continente ao sul se mantém representados. A lógica está aí e a tendência é que continue aumentando.

Chama a atenção também o fato de muitos destes atletas terem grande destaque atuando em seus países, atraindo olhares europeus, mas ainda assim escolhendo jogar na MLS (Major League Soccer). Quase que inimaginável anos atrás, o fenômeno tem sido recorrente. 

O “sonho americano” e o “Américan way of life” podem não ter tanta influência nas gerações mais novas, que são as mais atraídas pelo mercado estadunidense. Porém, os Estados Unidos da América, com seu eterno devaneio de hegemonia e a habitual megalomania, buscam isso também no esporte mais popular do planeta. Se isso vai acontecer algum dia não sabemos, mas, com toda certeza, os sul-americanos terão papel fundamental, como, aliás, já estão tendo nesse processo.

Texto de Pedro Heitor, do Los Futebólicos.

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