Um estudo publicado recentemente pela empresa YouGov revelou que o interesse pelo esporte feminino está em crescimento ao redor do mundo. A pesquisa foi realizada em 13 países (Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, México, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, e Estados Unidos) e procura responder uma série de perguntas que vão desde “quão popular é o esporte feminino” até “o que atrai e o que desencoraja os seus seguidores”.
A análise desse relatório oferece pistas fundamentais para marcas que buscam construir um valor duradouro e audiências de nicho. Embora o esporte feminino ainda seja menos popular que o masculino, não há razão para que esse cenário continue assim. O estudo mostra que o esporte feminino oferece às marcas um grande potencial para revelar insights sobre como a paridade entre o esporte feminino e masculino pode ser alcançada.
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Antes de prosseguirmos é importante fazermos uma observação. Pois se temos que especificar “esporte feminino” ou “masculino” é porque ainda não existe uma igualdade de tratamento e de cobertura midiática entre os esportes praticados por homens e por mulheres. Logo, esse elemento de linguagem é importante e deve ser empregado para que todos compreendam o quão distante ainda estamos da tão sonhada paridade de gênero. Voltemos então à análise do estudo.
Alguns pontos importantes
- Globalmente, o esporte feminino é percebido de maneira positiva pelo público. Em geral, os consumidores percebem melhorias em uma série de áreas, desde a qualidade do esporte em si até a cobertura midiática. Entretanto, o público ainda é quase duas vezes mais suscetível de assistir um esporte masculino do que um feminino.
- Ao contrário do que muita gente imagina, as questões relacionadas à oferta do produto são os principais fatores que impedem os consumidores de se envolverem com o esporte feminino. Para 40% dos entrevistados o que impede o engajamento é a falta de cobertura midiática, para 35% é a falta de informação ou conhecimento em torno do esporte e das atletas, e 27% dos entrevistados dizem que acham difícil encontrar jogos para assistir, seja na TV ou na internet. Por outro lado, apenas 14% citou questões relacionadas à qualidade técnica do jogo, como velocidade ou habilidade física.
- Globalmente, o futebol é o esporte feminino mais consumido, em seguida temos badminton, basquete e tênis.
Oportunidades para as marcas
O estudo enxerga o futuro do esporte femino com otimismo, principalmente para as marcas interessadas em patrocínios esportivos. A nível global, os entrevistados são mais propensos a pensar positivamente em uma marca que apoia o esporte masculino do que o feminino (38% vs 33%). Mas, as mulheres são significativamente mais propensas a olhar favoravelmente para uma marca que apoia o esporte feminino do que os homens (36% vs 31%).
Aqui, vale a pena levar em consideração que as mulheres tendem a ter o maior poder de compra doméstico. Dado que 36% das mulheres olham favoravelmente para uma marca que patrocina o esporte feminino (em comparação, apenas 26% fazem o mesmo para uma marca que patrocina um esporte masculino), essa parece ser uma boa aposta financeira para as empresas. Sobretudo se pensarmos nas diferenças dos valores de patrocínio que existem entre os esportes feminino e masculino.
Texto de Gabriela Matos.