O sábado de nove de julho de 2022 foi inesquecível para milhões de pessoas. Em especial para um teófilo-otonense. O simples rapaz que saiu do interior de Minas Gerais para conquistar o que de maior um ser humano pode encontrar: o amor.
No último sábado, estivemos diante de um cenário visto somente em raros momentos da vida. Tal qual um cometa, ídolos deste porte demoram a ser encontrados. Como nossos pais, diremos que depois dele não apareceu mais ninguém. É ele, por tudo o que conquistou, pelos gols que marcou, pelos títulos que conquistou. Os números não mentem. Fato. Mas Fred continuaria ídolo independente deles. A idolatria, assim como o amor, é uma via de mão dupla.
E não é a toa que um dos seus símbolos enquanto tricolor é justamente um correio de corações para a torcida que sempre o acolheu com o carinho que lhe é merecido. Digo corações porque cada torcedor do Fluminense, seja vendo pela TV, no rádio ou no estádio, guarda consigo um destes exemplares.
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Da mesma forma ele será sempre lembrado como o símbolo de uma era nem sempre vitoriosa do Flu, com todas as nuances que uma boa história necessitam. Nos piores momentos do clube, ele estava lá. Quantos conseguiriam sair do fundo do poço ao brilho de uma grande conquista em pouco mais de um ano? Somente guerreiros.
Guerreiros também precisam de apoio e quando a opinião pública esteve do lado contrário a do centroavante, a sua proteção vestia verde, branco e grená e o escondeu com pó de arroz. O fez renascer como ele mesmo tinha feito com o clube que defende. Fred sabe o que é ser Fluminense porque Fred e Fluminense são para ele, um só.
Chega ao fim uma trajetória linda como jogador profissional e os capítulos finais mantém a elegância de sempre. Fred encerra a carreira como um menino que ainda continua realizando seu sonho. Se deliciando com cada momento, se rendendo a cada sentimento que surge. Livre e aberto. Idolatria é assim, é inspiração. Tenho certeza que Fred permanecerá no Fluminense para sempre. Etern9.
Texto de Pedro Heitor, do Los Futebólicos.