O mercado da inovação vem crescendo dentro do futebol brasileiro. 2021 começou com três clubes da Série A, Athletico, Atlético-MG e Grêmio, apresentando profissionais específicos para esta área em seus organogramas. Outras iniciativas como startups, hubs de inovação e fundos de investimentos voltados ao esporte também ganham seu espaço.
No entanto, ainda estamos longe de criar uma cultura de inovação com tecnologia sendo produzida no país, além de conteúdos sobre a área incentivando cada vez mais pessoas a participarem do desenvolvimento da indústria esportiva. Este texto busca ilustrar quais iniciativas precisam ganhar força para que a inovação seja uma figura presente no futebol brasileiro, auxiliando clubes, atletas e profissionais de gestão.
Inovação no Brasil, além do futebol
Antes de entrar no futebol, vale falar sobre a relação entre o brasileiro e a inovação. O brasileiro como indivíduo é considerado criativo, mas tem dificuldade em converter essa habilidade em inovações que ajudem a solucionar problemas reais a partir de novas práticas.
O estudo Global Innovation Index é publicado por Johnson Cornell University, INSEAD, Business School for the World e WIPO – World Intelectual desde 2008. Nele, 131 países estão divididos em formato de ranking, de acordo com a capacidade de inovar e as ações que cada um apresenta neste sentido. Para colaborar com o raciocínio anterior, o Brasil está apenas na 62ª posição, atrás de outros países com a mesma faixa de renda, como África do Sul, México e Tailândia.
Barreiras à entrada
Entrando no universo do futebol, pode-se afirmar que existe um conservadorismo por parte de muitos dos tomadores de decisão da indústria. O esporte é carregado de emoção e, muitas vezes, a ligação com o que funcionou no passado acaba servindo de barreira para que novas práticas e novas lideranças ganhem espaço no mercado.
O mercado de inovação
Apesar da característica analisada no parágrafo anterior, já é possível vislumbrar um crescimento do mercado de inovação no Brasil. O economista Cesar Grafietti destacou em texto recente no Infomoney algumas das iniciativas existentes. São os casos dos centros de inovação, como Arena Hub e Sportheca, que auxiliam na geração de negócios e o crescimento de startups. Além disso, OutField Capital e Bossa Nova Investimentos atuam na área financeira, impulsionando o mercado através de investimentos em sportstechs.
No entanto, existem alguns desafios que precisam ser superados para que este crescimento seja acelerado. O primeiro deles é um aumento na produção de novas tecnologias e ferramentas. Para isso, o futebol precisa furar sua bolha.
Existem diversos programas para gerações de ideias e desenvolvimento de startups além da indústria do esporte, que podem ser aproveitados por empreendedores do meio para aprimorar suas iniciativas, com objetivo de aumentar o número de soluções disponíveis no mercado nacional.
A Débora Saldanha destacou algumas destas instituições em seu texto ‘Como o ecossistema local pode ajudar no processo de Inovação’. É o caso do Distrito, de Curitiba, Instituto Caldeira, de Porto Alegre, e Inovabra Habitat, de São Paulo. Na mesma linha, ainda existem poucas pessoas incentivando este mercado, falando sobre estas novas tendências nas mídias digitais. Isso é importante para criar justamente a tal cultura de inovação. Atualmente a principal referência do meio é a Brazil Sports Tech, que fomenta o meio através de meetups, eventos online e de seu Summit anual.
Na comparação com outras verticais de startups, o mercado recebeu apenas seu segundo mapeamento, produzido em 2021 pela Liga Venture. O estudo conta com 104 sportstech, divididas em 11 categorias de atuação e espalhadas por 28 cidades do país.
Este texto surge exatamente para reforçar o papel do FootHub neste mercado. Espalhar a palavra da inovação para nosso público, dando voz para personagens importantes da indústria, além de startups e empreendedores, faz parte do nosso objetivo, tornando o futebol brasileiro mais inovador nos próximos anos.
Texto de Rodrigo Romano.