
Como de costume (apesar de um longo tempo sem escrever), não poderia iniciar este ano sem um assunto que levei muito a sério no ano de 2024 e continuarei neste ano: como a engenharia pode contribuir para uma manutenção adequada e segura para a prática das atividades físicas (e o futebol)!
E começo fazendo uma pergunta: Você acha que esses assuntos estão relacionados?
Já posso te afirmar que, sem sobras de dúvidas, que a resposta é sim! Mas como cheguei a esta conclusão? Vou te explicar!
Em setembro de 2023, realizei uma cirurgia de LCA (ligamento cruzado anterior) com o renomado e amigo Dr. Romeu Krause. Rompi o ligamento jogando meu futebol nas manhãs de sábado! E, no período de recuperação, utilizei um equipamento denominado de CPM (Movimentação Contínua Passiva). Ele, nada mais é do que uma máquina que realiza movimentos periódicos para ajudar a restaurar a articulação do joelho após traumas e/ou cirurgias).
Então fiquei me perguntando, deitado na cama e observando o equipamento trabalhar: como ele faz isso? Como alguém pensou naquela máquina? Quem calibra e realiza as manutenções periódicas nele?
Essas foram algumas respostas que fui obtendo ao longo de uma jornada de estudos! E o que achei foi simplesmente fantástico! E não ficou apenas no CPM, e sim em muito mais assuntos! Digo a palavra assuntos devido a perceber que a engenharia não envolvia apenas equipamentos, e sim um universo maior!
Em maio de 2024, eu desenvolvi algo que vi (e vejo) muito potencial e deram resultados muito significativos em um curto espaço de tempo: a Medicina Integrativa (MI). Simplesmente consegui fazer a integração de diversas especialidades clínicas que possam agregar no desempenho de um(a) atleta. Seja ele(a) profissional ou não. E posso te falar uma coisa: fiquei muito satisfeito com os resultados! Observem abaixo:

Figura 1: Panorama da Medicina Integrativa da LMA Gestão – Panorama 2024 (Fonte: próprio autor)
Mas como funciona essa metodologia? Fique tranquilo! Eu te explico!
Esse programa nada mais é do que incentivos aos praticantes da atividade física (repito, profissional ou não) a terem seus exames clínicos atualizados e sendo realizados nos períodos corretos! Mas, quem faz isso sou eu. Eu sou a “babá” do (a) praticante.
Agora, imagina essa interação de diversas áreas que envolve esse monitoramento: cardiologia, nutrição, psicologia, médico do esporte e outros! Todos com os mesmos resultados (claro, mediante aprovação do (a) praticante)!
Pilares da Engenharia esportiva
Senhoras e senhores, não fiquem imaginando que isso nada tem a ver com engenharia, pois tem tudo a ver: Processos! Esse, que é o primeiro pilar da nossa temática de hoje.

Figura 2: Pilares envolvidos na Engenharia da Medicina Esportiva (Fonte: próprio autor)
Em toda a cadeia produtiva que envolve uma sociedade, todas as ações que envolve uma produção de um bem ou a realização de um serviço, as etapas e setores precisam estar muito bem alinhados para que saia da melhor maneira possível. Desde a produção de um simples parafuso até a criação de uma bela sinfonia musical.
Nessa medicina integrativa não é diferente! Só o fato de todos os processos, exames e consultas estarem alinhados e disponíveis a todos(as) profissionais envolvidos, a abordagem para possíveis laudos e diagnósticos, possam ser bem mais eficazes e eficientes.
Ainda abordando essa questão de processos e padronizações, a Sociedade Brasileira de Cardiologia pode ratificar minhas palavras acima com um determinado tópico avulso descrito nas diretrizes descritas em documentos de 2024. Observem o fluxograma abaixo:

Figura 3: Exemplo de Fluxogramas aplicados á condutas cardiovasculares (Fonte: SBC 2024)
Pessoal, fluxos e processos como esse, por incrível que pareça, podem salvar vidas. A título de informação, a FIGC (Federação italiana de futebol, traduzido do italiano), no início da década de 80, eles elaboraram um fluxo aonde atletas a partir de 12 anos, teriam que realizar exames cardiovasculares regulares a cada 2 anos. Resultado: redução episódios de mal súbito em 89% na prática de futebol.
Simplesmente pelo fato de os órgãos e profissionais competentes terem pensado em processos! Outro pilar deste tema abordado que gostaria de mencionar é sobre as instalações esportivas/clínicas podem proporcionar à alta performance esportiva.
Quando chamamos o tópico instalações, é preciso analisar de forma macro quais setores podem contribuir para que uma instalação possa fornecer serviços da melhor maneira possível. E posso afirmar: são inúmeras!
Lembrem-se: não estou falando apenas de uma estrutura física apenas com uma pista de atletismo nivelada e pintada, vários centros de treinamentos de artes marciais com climatização e piso de primeira linha e/ou, até mesmo, refeitórios de fazerem inveja a muitos restaurantes.
Falo, na verdade, com o objetivo de uma estrutura clínica que possam trazer grandes resultados, como é o caso do centro de treinamento de Taerung (Coreia do Sul).

Figura 4 : Centro de Treinamento Taereung (Fonte: Korea times)
Esse centro de treinamento que já não existe mais, pois deu lugar a cinco outros novos espalhados pelo território sul-coreano. Mas o centro de treinamento de Taereung, assim como os seus novos CT’s, possuíam muito além do que instalações esportivas adequadas descritas em parágrafos acima, mas sim uma estrutura clínica de ponta! Destaque para laboratórios de medicina esportiva aplicada à ciência desportiva e duas salas de cirurgia e clínicas de diversas especialidades.
Observem que, tudo descrito acima, posso falar que disciplinas como arquitetura, engenharia civil, engenharia clínica, gestão, medicina, fisioterapia, nutrição e muitas outras estão dentro de um simples CT esportivo (e clínico)!
Não posso afirmar, com certeza, que tal conduta foram as únicas responsáveis para conquistas significativas para o país asiático em cenário internacional, mas acredito fortemente que tenham contribuído para tais feitos!
Exemplos como equipe de baseball masculina sendo medalha de ouro nas olimpíadas de verão (2008), medalha de bronze no futebol masculino nas olimpíadas de verão (2012) e destaque em outros esportes podem acentuar minhas palavras.
Claro que, para um centro de treinamento que é utilizado 365 dias por ano, vale a pena você verticalizar esses serviços, uma vez que a rotatividade de usuários (as) não pare!
Mas, se a rotatividade não for tão alta, por que não realizar parcerias com clínicas especializadas para tal suporte? Acredito que poderá surtir efeito muito parecido! E último (mas não menos importante) é a engenharia de máquinas/equipamentos envolvida nos nossos esportes.
Na preparação para este assunto que apresentei para a 1a JORNADA DE ENGENHARIA CIVIL DO SERTÃO, no Instituto Federal do Sertão em Petrolina (PE), observei que esses equipamentos vem de longa data.
Há indícios que as primeiras máquinas do segmento em “mecano-terapia” foram desenvolvidas em 1862, pelo sueco Gustav Zander. Ele, que teve suas máquinas produzidas no ano seguinte pela fábrica mecânica Görasson. Com isso, esses equipamentos foram exportados para todo o território mundial, atendendo hospitais, clínicas e ginásios.

Figura 5: Exemplo de máquinas do médico Gustav Zander (Fonte: Pinterest/Mega curioso/Reprodução)
E como o tempo, essas máquinas/equipamentos foram sendo desenvolvidas!
Um fator de extrema importância no desenvolvimento deste terceiro pilar que aqui falamos é o desenvolvimento dos materiais envolvidos em toda essa fabricação!
Mas, o que gostaria de destacar é o papel dela de maneira singular e como ela pode ser importante na prevenção de acidentes e no rendimento para aqueles que, um dia, foram ditos como incapazes de realizar.
Começando pela proteção dos (as) praticantes, eu como um ex-trabalhador de chão de fábrica, não poderia deixar de descrever sobre a importância dos equipamentos de proteção individuais, ou como são conhecidos no meio, EPI’s.
EPI’s não é apenas você colocar um capacete de obra e/ou até mesmo uma bota com biqueira de aço para visitar uma obra. Mas, por incrível que pareça, você pode utilizar outros tipos para jogar sua “peladinha” no final de semana, como uma caneleira por exemplo.
E vou muito mais além. Com certeza, ao você acompanhar os Jogos Olímpicos na televisão, você já deve ter percebido a quantidade de atletas protegidos para poder performar. No Taekwondo, por exemplo, é preciso utilizar as duas mãos para contar o número de proteções!
Mas observem que, ao mesmo tempo que essas proteções precisam fazer suas funções (que é de proteger), ainda precisam ser leves o suficiente para a mobilidade dos lutadores(as)!
Um estudo totalmente minucioso para trazer resultados e precisão! No caso do futebol, por exemplo, as caneleiras mencionadas anteriormente, tiveram uma certa evolução e desenvolvimento similar ao parágrafo acima.

Figura 6: Caneleira adidas em polipropileno feita por injeção e amortecida com EVA (Fonte: adidas)
Até mesmo as estilosas chuteiras, possuem estudos periódicos da utilização dos materiais e seus desenhos para permitir uma melhor pisada dos(as) atletas, prevenindo lesões ortopédicas (como tornozelos e joelhos). Novamente, me corrijam médicos e fisioterapeutas se eu estiver equivocado!
Bom, isso é um pouco da temática que gostaria de trazer para vocês! Inclusive, foi tema de duas palestras ao longo de 2024! E quero levar essa tema para muitos públicos em 2025!
Texto de Lucas Alecrim

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