Você conhece aquela expressão: “as pessoas certas nos lugares certos”. Pois então, esta é uma frase que serve para todos os ambientes organizacionais atualmente.
A escolha dos profissionais para trabalhar nas Categorias de Base e/ou Iniciação ao Futebol, independente da função a ser exercida, é fundamental para o sucesso do processo formativo a longo prazo.
Parto do princípio, de que para possuir um processo consistente, não adianta aqui pensarmos somente em uma única pessoa (Treinador, Preparador Físico, Gestor ou Coordenador). A construção de um ambiente próprio para a formação de futuros atletas, passa pela organização e alocação dos recursos humanos necessários em todos os setores para o bom funcionamento de todos os processos.
É fundamental, antes de pensar na escolha dos profissionais, possuir claramente os objetivos e a filosofia de trabalha da organização e/ou clube. A partir disso, escolhe-se o perfil desejado para cada função a ser desenvolvida no dia a dia.
No ambiente de formação, existem tarefas cada vez mais específicas e que carecem de pessoas que tenham capacidade para cumprir as demandas da melhor forma possível. No âmbito administrativo/gestão, existem os cargos de Coordenação e Supervisão, que fazem o elo da área técnica com os processos gerencias. São profissionais que devem possuir experiência na área e capacidade de liderar o processo diariamente, traduzindo a filosofia de trabalho do clube aos demais integrantes da equipe.
Na realidade atual, o conhecimento técnico, a experiência na área, o planejamento, organização e execução das iniciativas, somam-se ao processo de gestão de pessoas e são elas muito distintas e com objetivos diferentes, que devem ser conduzidos, alinhados com a filosofia e os objetivos do clube/escola, nesta etapa inicial da formação
Para que se tenha noção, nas idades iniciais, assim como em toda a etapa da formação esportiva, está presente:
- A gestão dos sonhos, anseios e oscilações dos atletas;
- A gestão dos treinamentos, jogos, viagens e competições;
- A gestão dos pais, familiares e agentes, que assim como os atletas se preocupam com a formação e desenvolvimento deles;
- A gestão dos profissionais envolvidos, com as suas individualidades, dificuldades e objetivos pessoas/profissionais;
- A gestão de todas as áreas envolvidas no processo formativo inicial (nutrição, pedagogia, serviço social, fisiologia/preparação física, assessoria de imprensa, departamento médico, etc..);
- A gestão do processo de captação (chegada e saída de atletas).
Portanto, realizar a gestão de todos esses processos, exige profissionais capacitados, com experiência, inteligência e paciência para realizar uma boa condução alinhada ao propósito e filosofia do clube/instituição. Cabe ressaltar que cada clube, possui o seu formato de organização (organograma) e que as divisões de funções, podem contemplar diferentes formas de lidar com cada situação.
No que diz respeito, aos profissionais envolvidos diretamente com a área técnica e convívio diários com os jovens (treinadores/professores, educadores físicos e treinadores de goleiros), busca-se encontrar acima de tudo, a capacidade de liderar, ensinar e educar os jovens praticantes da modalidade no contexto ao qual estarão inseridos. Conforme profere o Professor João Batista Freire, é preciso ensinar futebol a todos; ensinar futebol bem a todos; ensinar mais que futebol a todos; e ensinar a gostar do esporte (FREIRE, 2003).
O perfil destes profissionais, deve contemplar a capacitação adequada, a formação acadêmica, cursos na área e as licenças para treinadores, aliadas a experiência na área do ensino e treino do futebol com crianças de diferentes faixas etárias. Cada categoria e/ou faixa etária irá exigir características peculiares e formas de lidar diferentes pelos profissionais envolvidos e que serão fundamentais para o bom andamento do dia a dia no clube.
Nas categorias iniciais e/ou no ambiente de iniciação ao futebol, é preciso entender o processo de desenvolvimento infantil dos jovens atletas, buscando desenvolver de forma gradual os conteúdos técnicos, táticos, físicos e comportamentais, respeitando sempre os princípios do treinamento desportivo para crianças, os conceitos da pedagogia do esporte e a individualidade biológica dos futuros atletas.
Além disso, é preciso conduzir o processo formativo com calma e clareza dos objetivos, por parte de todos os envolvidos, respeitando o processo de desenvolvimento dos atletas e dos profissionais inseridos no contexto, pois a Categoria de Base é um ambiente de formação em todos os aspectos para atletas, profissionais de todas as áreas e acima de tudo seres humanos.
Na realidade dos clubes, principalmente os grandes, existem uma série de fatores que interferem na gestão das pessoas envolvidas, dentre eles estão presentes as escolhas por determinado perfil de atletas e/ou profissionais, o ambiente do clube (política, pressão da torcida, mídias sociais), as competições (por consequência o resultado delas) e assim por diante.
Para tanto, faz-se necessário ter clareza e convicção de onde se quer chegar (princípios e indicadores estabelecidos previamente), para que durante o decorrer do processo formativo possam ser feitas as avaliações, o planejamento, a execução e as tomadas as decisões coerentes com aquilo que se busca em todos os âmbitos.
Por fim, deixo aqui a equação base que acredito ser fundamental para o sucesso de qualquer projeto de desenvolvimento de atletas a curto, médio e longo prazo.
Pessoas + Ambiente + Processos = Resultados
Texto de Marcelo Freitas Prestes
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