Foto: Antônio Machado/FUTURA PRESS
O futebol moderno, indiscutivelmente, impõe exigências físicas e psicológicas cada vez maiores aos atletas. O nível de intensidade dos jogos e treinos somados a calendários cheios, rotina de viagens e pressão por performance constante são alguns dos fatores que favorecem lesões e estafa mental aos jogadores.
Sempre ouvimos que a carreira do jogador de futebol é “curta”, e inclusive assistimos muitos ídolos e craques encerrarem sua vida profissional ainda jovens, devido a lesões graves.
Seguindo essa linha de raciocínio, seria natural pensarmos que com o aumento da demanda funcional no esporte, continuaríamos tendo muitos casos de aposentadoria precoce. No entanto, o que tem chamado atenção são atletas apresentando uma longevidade nos gramados e mantendo um ótimo nível de performance.
Na Europa, Pepe (41 anos), Luka Modrić (38 anos), Thiago Silva (39 anos), nos EUA e Arábia respectivamente, os gênios Lionel Messi (36 anos) e Cristiano Ronaldo (39 anos) são alguns exemplos de atletas que ainda entregam muito em seus clubes e seleções. No Brasil, Nenê (42 anos) do Juventude se prepara para mais um Campeonato Brasileiro de série A, sendo uma liderança para o time. No futebol feminino, nossa rainha Marta ainda encanta no auge dos seus 38 anos.
Mas afinal, o que pode estar contribuindo para muitos atletas estarem rendendo em campo e apresentando um baixo índice de lesões mesmo em idades que são consideradas avançadas para o futebol?
Ainda temos a tendência de fracionar o estudo e entendimento do futebol em áreas como a tática, técnica, física e mental/psicológica. No entanto, o entendimento cada vez maior sobre a relação e interação dessas áreas tem sido fundamental no desenvolvimento dos atletas. Surgem dessa forma cada vez mais núcleos/departamentos de performance em clubes e seleções.
Formados por times multidisciplinares (fisioterapeutas, profissionais da educação física, médicos, nutricionistas, psicólogos, fisiologistas, dentistas, enfermeiros, assistentes sociais), esses departamentos têm criado metodologias importantes que contribuem para a saúde e bem estar dos jogadores.
Além disso, cada vez mais atletas mostram uma consciência e mentalidade profissional, dando atenção para alimentação, sono, higiene mental e rotina. Muitos já investem em fisioterapeutas e profissionais da educação física (personal trainer) para desenvolverem trabalhos complementares, estendendo em casa o que já é oferecido nos clubes.
Não atoa, ouvimos recentemente em uma entrevista do ex-meia Kaká, eleito melhor jogador do mundo em 2007, que um dos seus arrependimentos na carreira era não ter contratado um fisioterapeuta particular para lhe acompanhar. Ronaldo “Fenômeno” constantemente rasga elogios e afirma que só conseguiu jogador por mais tempo por conta do acompanhamento de profissionais da fisioterapia e educação física.
Cada vez mais meninos e meninas de 16, 17 anos estreiam nas equipes profissionais. As exigências e demandas são imensas. Mas sem duvidas mesmo sabendo da imensa quantidade de variáveis, é fundamental que clubes continuem investindo em estruturas e equipes de profissionais qualificados, pensando na saúde dos seus atletas.
E que os atletas também pensem em investir cada vez mais em assessoria personalizada e complementar. Unindo tudo isso ao talento, foco e paixão, veremos grandes atletas por muitos e muitos anos desfilando performance pelos gramados.
Texto de Anderson Dorneles
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