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Inovação no futebol: Tudo que você precisa saber

Quando se fala em inovação muitas pessoas automaticamente pensam em tecnologia, robôs, inteligência artificial etc. Quando é inovação no futebol, os primeiros pensamentos remetem às questões de marketing, banco de dados, scouting e análise de desempenho.

Porém, a inovação não é apenas sobre tecnologia.

O conceito de inovação é algo muito amplo nos dias de hoje. Podemos resumi-lo ao ato de gerar valor para um produto ou serviço de forma diferente ao padrão anterior. No futebol brasileiro, existem diversos casos em que tais padrões são seguidos por dirigentes e jogadores, o que acaba impedindo o desenvolvimento do mercado. Para os próximos anos, utilizar a inovação será questão de sobrevivência aos clubes que pretendem disputar títulos e atrair a atenção de torcedores.

Tendo o conceito de inovação anterior como base, podemos dizer que esta sempre existiu no futebol brasileiro. Ações de marketing esportivo, como estampar marcas no uniforme de jogo, surgem por aqui desde os anos 1980. Na época, era a forma que os clubes encontravam para gerar valor às camisas utilizadas pelos atletas, grandes personagens do espetáculo.

É importante que o problema da falta de estrutura para inovar seja resolvido o quanto antes. Pesquisas apontam um desinteresse crescente no futebol ao redor do mundo e se o esporte brasileiro permanecer atrasado em relação aos demais centros, esse efeito pode ser ainda por aqui. Mas afinal de contas, o que é Inovação?

O que é Inovação:

Para Débora Saldanha, Head de Inovação do Atlético MG e professora do FootHub, inovar é muito mais que estar no tiktok, ter chatbot, ou até um programa de realidade aumentada. Inovar é melhorar processos, encurtar caminhos, otimizar tempo de execução de tarefas, além de gerar valor e novos resultados, equilibrando estratégia, oportunidade e risco, com novos olhares para o que já é feito, contando ou não com novas tecnologias. Ou seja, a inovação pode ser compreendida como a aplicação bem-sucedida de novas ideias, métodos, processos, produtos ou serviços, que visam melhorias significativas nos resultados organizacionais. 

A inovação envolve a introdução de algo novo ou a adaptação criativa do existente, com o objetivo de criar valor, seja para clientes, colaboradores ou torcedores. 

Para alcançar esse objetivo é necessário seguir alguns pontos:

  • Não ter medo de testar. 
  • Resolver problemas de maneira mais rápida e melhor. 
  • Pensar diferente mas com foco e estratégia
  • Fazer perguntas! 

Fazer as perguntas certas é importante para solucionar problemas, entender quais são os processos utilizados, quais ferramentas se tem a disposição, quais informações se precisa ter, além é claro, de quantas pessoas estão envolvidas.”

Débora Saldanha.

Mas para inovar, é preciso ter pessoas!

Pessoas:

As pessoas estão no epicentro da inovação, pois são elas que têm a capacidade de pensar de maneira diferente, a coragem de questionar o convencional e a determinação de explorar maneiras novas de realizar os processos. A inovação surge quando os colaboradores se unem, com autonomia e incentivo, para rever o que pode ser melhorado e alterado nos métodos organizacionais.

“Processos e tecnologias são criados, desenvolvidos, aprimorados porque temos pessoas.”

Gustavo Comeli, professor do FootHub. 

Ou seja, as pessoas estão no centro do sistema de inovação, e cada vez mais, empresas estão investindo nesse desenvolvimento, na formação de equipes com diversas habilidades.

Inovação

O papel das pessoas na inovação está diretamente ligado ao desenvolvimento e à sustentação do ecossistema de inovação. Elas são as peças chaves que impulsionam a criação, a disseminação e a acessibilidade de inovação em seu contexto, e o ecossistema de inovação, por sua vez, fornece o espaço oportuno para que essas ideias possam surgir, desenvolver e se integrar a esse ecossistema de maneira significativa.

Se tratando mais sobre o ecossistema de inovação, podemos defini-lo de uma forma bem simplista: “São um conjunto de ambientes, comunidades e iniciativas que visam fomentar o desenvolvimento social e econômico local através da tecnologia, inovação, e principalmente, pela colaboração.” Débora Saldanha

De maneira mais geral, podemos dizer que o ecossistema de inovação desempenha um papel crucial ao criar um ambiente propício que incentiva e estimula as pessoas a inovarem.

É importante ressaltar que para que as pessoas sejam inovadoras no dia a dia, buscando maneiras diferentes de realizar métodos e processos, é necessário que dentro das organizações exista uma cultura de inovação, capaz de promover o desenvolvimento e crescimento dos colaboradores, e incentivá-los a serem protagonistas.

Cultura de Inovação:

A cultura de inovação está baseada na implementação de um sistema que promova e incentive os seus colaboradores a buscarem soluções e ideias inovadoras. Esse incentivo se baseia nas práticas e ações que estimulam a criatividade e inovação nas empresas de maneira permanente, tornando-se parte dos valores e hábitos da organização. 

Para que isso ocorra, é necessário que seja oferecido um ambiente que busque e favoreça novos projetos e ideias, onde todos possam participar e se sentir parte deste processo de inovação. Principalmente, estimular a conversa entre setores, entre o ecossistema, a descentralização de dados, o compartilhamento de ideias, etc.

Além disso, a cultura de inovação está atrelada às pessoas, principalmente nestes requisitos:

Mindset ←→ Visão

Ambiente ←→ Inspiração

Cultura ←→ Colaboração

Esse trecho foi retirado de uma aula de Débora Saldanha, no curso Jogo da Inovação

Trazemos aqui alguns aspectos essenciais da cultura de inovação: 

  • Abertura à Mudança: Uma cultura de inovação valoriza a flexibilidade e a adaptabilidade, porque as pessoas que fazem parte dessa cultura estão abertas a novas ideias, prontas para trocar de métodos no meio do percurso, se adaptando a imprevistos, e em constante evolução.
  • Estímulo à Criatividade: A criatividade é um pilar fundamental da cultura de inovação, pois é a responsável por encorajar as pessoas a pensar de maneira não convencional, a questionar o status quo e a explorar novas perspectivas.
  • O erro como Parte do Processo: Débora conta que os colaboradores não podem ter medo de errar, pois o teste faz parte da inovação, e é através dele que será visto o que funciona, quais os melhores métodos e processos, para entregar o melhor produtos para os clientes e torcedores.

Ou seja, para introduzir essa cultura dentro das empresas é necessário que seja do interesse de todos os gestores, e se torne uma característica dos colaboradores, para assim, a inovação fazer parte da essência das organizações, praticada no dia a dia.

E no futebol, é a mesma coisa?

Cultura de inovação dentro dos clubes

Estamos vendo alguns clubes criarem departamentos para tratar de inovação, mas esse pensamento deve estar presente nos setores de administração, finanças, marketing, tecnologia e qualquer outro. O importante é que conceitos que guiam essa cultura sejam utilizados. 

Na série A do campeonato brasileiro, apenas o Atlético-MG, Vasco, Athletico Paranaense e São Paulo possuem um departamento de inovação.

Foto: Bruno Cantini/Atlético

Poucos clubes apresentam esse departamento, muito por conta do futebol brasileiro ser muito crítico quanto aos erros, criando grandes vilões nas disputas dentro de campo. A consequência disso é o medo da inovação, evitando opiniões contrárias por um lado, mas o avanço por outro.

Para que a inovação seja implementada, precisa existir processos! 

Processos

Posteriormente a implementação de um cultura de inovação, com um ambiente propício e com as pessoas necessárias para que isso ocorra, iniciam-se os processos do dia a dia.

Um dos pilares é a inovação de rede. O conceito é simples: oferecer alternativas para as empresas tirarem proveito dos processos, tecnologias, produtos, serviços, canais e marcas de outras empresas, em um mundo em que as instituições não conseguem ou não devem fazer tudo sozinhas. Entram aqui inclusive ações como programas de inovação aberta, hackathons e outras iniciativas que inserem o grande público na criação de produtos e serviços da empresa.

Um dos problemas do futebol brasileiro está na preocupação quase que única em vencer o próximo jogo. A pressão criada por torcida, imprensa, conselheiros e demais envolvidos faz com que parar para debater qualquer inovação fique em segundo plano. Esta é só uma das dificuldades que o trabalho de inovação em rede pode auxiliar. Trazer pessoas que não estão envolvidas nesta rotina, em formato de parceria ou em definitivo para a estrutura da instituição, pode auxiliar na criação da cultura de inovação de fora para dentro.

Outro pilar é o aprendizado contínuo. Você já ouviu falar em lifelong learning? O conceito também chamado de aprendizado ao longo da vida, questiona a forma como a educação é tratada na sociedade, nossa relação com o conhecimento e as transformações que acontecem no mundo. O tema é tópico central do livro Lifelong Learners – o poder do aprendizado contínuo, escrito por Conrado Schlochauer.

Existe uma necessidade clara de implementar novas soluções para problemas antigos do cenário, como a criação de novas fontes de receitas, e somente com uma atualização constante dos profissionais que atuam no mercado do futebol esse processo será feito da maneira correta.

No entanto, este ponto ainda precisa melhorar em alguns aspectos, principalmente quando falamos sobre pessoas. A estrutura política do futebol brasileiro é muito resistente a mudanças e, em alguns casos, gestores com poder de decisão preferem manter práticas que não funcionam mais ao invés de aprender novas habilidades que auxiliem na gestão do futebol.

É possível que a chegada de investidores e profissionais de fora do mercado, muitas vezes sem os vícios do passado, pode ser o oxigênio que faltava para que o futebol brasileiro dê o salto necessário para se estabelecer como indústria.

Pegando o gancho do final do último tópico, é necessário falar sobre os profissionais de inovação. Precisamos de profissionais específicos de inovação em nossos clubes até alcançar a cultura de inovação, um dos assuntos deste e-book.

Muitos dizem que a inovação deve estar em todas as áreas do clube, agregando valor no futebol, marketing, administração e onde mais for necessário. No entanto, para garantir que os processos que facilitem a inovação aconteça de forma eficiente em todos estes setores, é preciso que alguém gerencie estas etapas.

Débora Saldanha é Head de Inovação do Atlético-MG

O profissional de inovação seria responsável por avaliar quais as melhores ferramentas e métodos para cada setor, identificar oportunidades de valor, auxiliar no desenvolvimento de soluções entre outras.

Por enquanto, o número de clubes por aqui que possuem tal função ainda é pequeno. Aos poucos, percebendo os benefícios da área, a tendência é que mais instituições sigam por este caminho, fazendo parte do processo de criação de uma cultura de inovação no futebol brasileiro.

Portanto, inovação nos clubes é buscar soluções, seja através de tecnologia ou não, ter um olhar para o futuro, o que significa estar atento a como novas tecnologias estão impactando comportamentos, torcedores, modelos de negócios diferentes, principalmente em como irão impactar o futuro do clube. Além de pensar sempre em possibilidades comerciais, testar novas ferramentas e tecnologias, e avaliar se deu certo ou não, sem medo de errar.

Tecnologias

Claro que a tecnologia é uma ferramenta muito benéfica quando falamos de inovação, inclusive, diversas ações inovadoras dentro do futebol se aliaram a ela para propor experiências para os torcedores, fãs, jogadores, comissões técnicas, executivos e diretores.

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O setor de sportstech, startups voltadas para o esporte, nos ajuda a esclarecer quais as tecnologias disponíveis para o esporte. No gráfico abaixo, que mostra as áreas que compõem a indústria que deverão se destacar em 2024, podemos observar as seguintes tecnologias: 

  • Análise de performance
  • Engajamento do fã
  • Estádios Inteligência
  • eSports
  • Streaming
  • Tecnologia de sustentabilidade
  • Tecnologias imersivas

Além destas existem outras áreas, como inteligência artificial, que farão parte cada vez mais do universo esportivo, contribuindo para uma melhora na entrega dos serviços e na prática das modalidades. 

Portanto, em um cenário em constante transformação, a inovação no futebol brasileiro não se resume apenas à adoção de tecnologias de ponta. É um processo  que envolve a cultura, os processos e, acima de tudo, as pessoas envolvidas. O conceito de inovação, apresentado como a aplicação bem-sucedida de novas ideias, métodos, processos, produtos ou serviços, transcende as linhas do campo e permeia todos os aspectos do esporte.

A cultura de inovação, essencial para o progresso contínuo, exige abertura à mudança, estímulo à criatividade e a compreensão de que o erro é parte fundamental do processo. Porém, para que a inovação prospere, é preciso mais do que ferramentas e tecnologias; é necessário um ecossistema de inovação sólido. As pessoas, com sua capacidade de pensar de maneira diferente e questionar o convencional, são o epicentro desse ecossistema. 

À medida que o futebol brasileiro busca manter seu lugar de destaque e enfrentar desafios globais, a inovação se revela não apenas como uma vantagem competitiva, mas como um elemento vital para a sobrevivência e prosperidade. 

Quer saber mais sobre inovação no futebol? Inscreva-se no curso “Jogo da Inovação“, um curso introdutório de inovação e tecnologia do FootHub, voltado para quem está no mercado do esporte aprender sobre o tema, além daqueles que atuam com inovação conhecerem sobre o universo esportivo.

Você irá aprender sobre conceitos, práticas e estrutura de inovação dentro e fora do futebol, os comportamentos atuais da indústria do esporte e uma análise de tendências e oportunidades para os próximos anos, com um time de especialistas no assunto.

Além dos conteúdos, os alunos receberão uma série de materiais bônus no curso, além de dicas dos próprios professores. Ao final, estará disponível o certificado de conclusão do curso para você compartilhar nas redes sociais.

Participe com a gente e ajude a tornar o futebol brasileiro um ecossistema mais inovador! Clique aqui!

Texto de Willian Sanmartin

Comunidade de Inovação

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