No seu celular, perguntando se você precisa de algo no momento. No seu banco quando há a necessidade de resolver alguma questão. Na análise de currículos para a vaga que você está se candidatando. O mundo moderno está cada dia mais conectado com a potência tecnológica nomeada como “Inteligência Artificial”.
Pois bem, o que não faltam são situações, muitas vezes do cotidiano, em que as IAs estejam presentes para realizar uma função que outrora era de responsabilidade nossa. Seres humanos, de carne e osso e inteligência natural, por que não?
Precisamos nos adaptar, não são apenas simulações de uma vida que poderia existir. É a realidade. A nova e nossa realidade. O lado artificial da força está aqui para ficar. Inclusive nos mais divertidos passatempos que tivemos e, espero que tenhamos: os jogos.
Claro que ao ler a palavra “jogo” hoje remetemos quase que instantaneamente à tecnologia. Olha só! Não são só computadores e consoles ou tabuleiros, caso a “old school” ainda faça parte do seu ser. Os esportes, nossos queridos esportes também são jogos, ora. E por serem, também mantém relações com a IA e outros tipos de tecnologia.
Veja o Xadrez, por exemplo. É impossível derrotar uma máquina programada com as regras do jogo. Ela calcula em segundos todas as probabilidades e escolhe a jogada mais eficiente pra te derrotar. No Poker, por sua vez, ainda há um grau de imprevisibilidade que deixa a disputa (um pouco) menos injusta.
Chego no ponto que queria. Os esporte coletivos, mais especificamente o futebol. Universo que valorizamos muito a tática a estratégia. A IA vai chegar, como outras tecnologias têm chegado. Ótimo. Mas até que ponto? Um amigo – sim, amigo – pode nos ajudar.
Fernando Diniz sabe que o jogo de futebol é muito mais do que um jogo de estratégias. É um jogo de pessoas, ou melhor, de relações. Joga-se bem porque relaciona-se bem. Vejamos o camisa 10 da equipe que Fernando treina.
Paulo Henrique Chagas de Lima tem jogado tudo aquilo que se espera(va) dele. Sendo o Ganso que conhecemos. Mas qual o motivo? Ora, se havia tanta vontade de ver o 10 sendo o 10, por que tantos pedidos para se adaptar? Por que ele TINHA que pisar mais na área? Por que ele TINHA que ser mais intenso? Por que ele TINHA que ser o tal do jogador moderno?
Ganso é o que é. E a inteligência (natural) de Fernando Diniz é respeitar isso. Conhecer não só o jogador, o atleta que tem. Mas a personalidade daquela pessoa que trabalha todos os dias. Do cara que vai se relacionar com outros 10 em campo. Consequentemente, conhece o jogador. O craque. Esse que tecnologia nenhuma vai criar ou imitar. Imprevisível.
Texto de Pedro Heitor, do Los Futebólicos.