Clubes brasileiros aumentaram seus gastos em contratações em R$ 188 milhões, e os clubes SAF são os responsáveis
Luiz Henrique e John Textor — Foto: Reprodução
A cada ano que passa, fica mais evidente que as Sociedades Anônimas do Futebol vem modificando a indústria esportiva, ainda mais quando falamos de janela de transferências. Segundo o relatório anual da FIFA sobre transferências internacionais, no ano de 2023, o Brasil teve um crescimento de gastos com contratações de R$188 milhões, em relação à temporada anterior.
Analisando o relatório, podemos ver que esse aumento foi impulsionado pelas SAFs e clube-empresa, visto que, dos 10 clubes que mais investiram em contratações na América do Sul, 6 são brasileiros, e destes, 3 são SAFs e 1 clube-empresa. São eles: Botafogo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Bahia, Flamengo, Santos e Vasco.
Segundo a Pluri Consultoria, o Botafogo é o clube, entre as equipes SAFs da Série A do Brasileirão, que mais investiu na formação de seus plantéis, gastando € 21,19 milhões com as contratações para o seu elenco. A segunda posição fica com o Bahia, investindo € 20,82 milhões. O Vasco está na 3ª posição, com um gasto de € 19,57 milhões pelo seu plantel. Posteriormente, vem o Cruzeiro com um gasto mais modesto que as demais equipes citadas, com um total de € 7,48 milhões investidos na formação do seu elenco. Inclusive, Bahia, Vasco e Cruzeiro foram os clubes da Série A que mais aumentaram os valores dos elencos na temporada de 2023.
A tendência é que os valores sejam ainda maiores na janela de transferências de 2024, onde estamos tendo um mercado inflacionado e com fortes investimentos por parte das SAFs, com destaque para o Grupo City, que investiu cerca de R$ 300 milhões para o Bahia, que vem fazendo uma janela de destaque, com as contratações de Éverton Ribeiro, Jean Lucas, Caio Alexandre, atletas disputados por outras grandes equipes.
Seguindo nesta linha, o Botafogo se reforçou com as contratações de Luiz Henrique, sendo a contratação mais cara da história do clube carioca, com os valores na casa dos 20 milhões de euros (R$106,6 milhões).
Fazendo um comparativo entre esses dois times, há diferenças no momento em que realizam a transformação, no tipo de negociação e nos motivos que os levaram a se tornarem SAF.
O Botafogo optou pela transformação devido à sua situação financeira preocupante. Com a mudança para SAF, o clube conseguiu vender suas ações, buscando, através de John Textor, dois pontos importantes para qualquer entidade: perenidade e competitividade.
Dessa maneira, com a entrada de uma verba financeira, foi possível se reestruturar, montando um planejamento estratégico visando o cumprimento de objetivos a médio – longo prazo, para que o clube consiga quitar suas dívidas, e ao mesmo tempo, sendo competitivo e brigando por grandes conquistas durante as temporadas.
Já o Bahia entra na segunda onda dos clubes que viraram SAF, com ambiente político apaziguado e o endividamento controlado, onde foi possível negociar percentuais menores da nova empresa que foi criada, além de utilizar os investimentos com finalidade para impulsionar os ganhos esportivos ao invés do pagamento de dívidas.
Na busca por desmistificar e entender cada vez mais como os clubes SAFs estão se reestruturando no Brasil, o FootHub apresenta o Curso SAF – O Manual da Nova Realidade.
SAF – O Manual da Nova Realidade
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O curso é projetado para profissionais que já atuam no meio do futebol e aqueles que aspiram a ingressar neste mercado emocionante e em constante evolução. Com uma abordagem abrangente, o curso aborda os seguintes tópicos:
Conceitos Fundamentais da Lei SAF: Uma exploração detalhada dos princípios e regulamentações que regem as Sociedades Anônimas no contexto do futebol.
Relação com Investidores: Como estabelecer e manter relações sólidas com investidores para impulsionar o crescimento e a estabilidade financeira dos clubes.
Estruturação de Clubes: Estratégias para aprimorar a gestão e a estrutura organizacional dos clubes de futebol, maximizando sua eficiência e competitividade no mercado.
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Professores do Curso:
Fernando Carvalho: Consultor em Gestão Esportiva e Especialista em SAF.
Diego Mello: Gerente de Projetos da SAF Botafogo.
Fernando Ferreira: Fundador do Grupo Pluri e da Bridge Sports Capital.
Carlos Amodeo: CEO do Coritiba.
Diogo Bitencourt: CEO do FootHub e Especialista em Gestão Esportiva.
Raphael Vianna: CFO do Cruzeiro SAF.
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Texto de Silvia Macedo e Willian Sanmartin