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PERDER

Ajudamos a criar valor e a construir significado para o que apresentamos às crianças. A competição por algo pode ser emocionante, envolvente, divertida, cordial e colaborativa. Não é que a frustração de perder deva ser abafada ou a tristeza, suprimida. Mas há outras formas de se relacionar com nossos sentimentos e o sucesso de nossos pares.

Arthur Schopenhauer disse algo parecido com ‘’Na maioria das vezes, perder ensina o valor das coisas’’ e acho que ele estava certo. Se a tristeza vier, pode traduzir o grau de importância daquele momento para a criança. Se a frustração aparecer, pode dizer o que se desejava dentro daquela experiência. Unindo uma atividade relevante para a criança, com o desejo que ela tem de fazer parte e se desenvolver, temos um excelente cenário para a formação. Um excelente cenário para jogar, disputar.

O que significou perder? Como se recebe uma derrota? Como se interpreta um equívoco e o que se faz a partir disso? Erro supervalorizado ou reconhecido e questionado? O que o fracasso provoca no ser? Há benevolência com o erro de um igual? A vitória adversária incomoda como? O outro também deseja?

Valorizar o esforço individual, o envolvimento coletivo e a satisfação de se fazer algo com amor deve ser o meio e o fim. Se a criança reconhece e aceita que emoções como frustração e tristeza são reais e aparecem para ela, ela irá respeitar quando seu par também as encontrar. Ao passo que ela percebe que ambos os lados buscam, com afinco, certa superação, e que o placar é secundário, respeitar e valorizar a vitória alheia torna-se hábito. A competição pode e deve ser nossa aliada. Penso que é preciso perder, mas mais ainda, é preciso negar a ideia de que as coisas são como são. Temos como dar forma, ou ao menos, impactar um tanto nesse processo.

Penso ainda que olhar para essa questão vai muito além de olhar para os cenários competitivos. A disputa vem bem antes, ela está (ou deveria) nos treinamentos.  As atitudes que estimulamos e os valores que escolhemos são partes desse processo. 

A formação deve carregar consigo um pacto a favor da boa (con) vivência. E para nossos atletas, que seja, na maioria das vezes, uma (con) vivência evolutiva. Estejamos convencidos e convencidas que temos o compromisso de ajudar na oferta dessas vivências.

Texto de Bianca Chamelete

base

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