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Fernando Carvalho, bicampeão da maior competição sul-americana, faz análise de cada uma das equipes do grupo, na Série Libertadores

Como dirigente do Sport Club Internacional, participei das Libertadores de 2006 (Presidente) e 2010 (Vice de Futebol) e com aprendizado angariado nas participações em Sulamericanas em anos anteriores, tracei alguns rituais como procedimentos padrões a serem por mim adotados, cuidando de detalhes mínimos (alguns até irrelevantes) que procurei observar em momentos antecedentes e durante os certames.

Dentre os roteiros que tracei lá atrás, quero compartilhar um deles com vocês e ainda nomear um segundo procedimento que julgo auxiliar o trabalho do grupo de profissionais, comissão técnica e atletas, que representam a entidade por ocasião da disputa.

Contando com a lúcida e prestimosa colaboração dos jornalistas Alexandre Correa, Rodrigo Weber (hoje conceituado Head Scout do Clube Atlético Mineiro)  e Evandro Motta, com quem trabalhei na época, costumava fazer uma radiografia completa de todos os  clubes participantes da Libertadores daqueles anos, contemplando informações sobre cidades, cultura local, classificação no Campeonato de origem -ano anterior e situação atual-, grupo de jogadores,  com destaques e características dos principais atletas ,comissão técnica com respectivo perfil desses profissionais, dirigentes e poder de influência que poderiam deter perante órgãos dirigentes de seus países ou da própria Conmebol.

Essa coletânea, enfatizo, não se limitava aos clubes adversários na fase preliminar, que merecem análise e avaliação detida e detalhada por parte de integrantes da comissão técnica, mas sim uma visão geral de toda a competição pois assim ficávamos sempre controlando eventuais futuros adversários que o certame nos impusesse.

Por outro lado, cabia a Evandro Motta -(dentre vários outras tarefas que lhe eram atribuídas)- pesquisar e informar-se sobre o perfil dos árbitros designados para os jogos, trazendo elementos como, modo de arbitrar, aplicação de cartões, critério para marcação de pênaltis, contato físico, rigoroso ou não, aquele agarra agarra dentro da área como se portava o  referee, questões disciplinares, tudo como forma de informar aos atletas o que deveriam evitar durante os jogos.

Há 15 ou 20 anos atrás essas informações que hoje grassam em vários sites especializados em arbitragem, eram inteiramente incomuns e por isso de difícil acesso a não ser por minuciosa pesquisa que implicava inclusive em contatos pessoais com informantes dos países de origem desses profissionais.

Ilustrativamente, relembro que em 2006 o único clube que levaria a decisão para sua casa, seria o argentino Velez Sarsfield que conquistou 16 pontos, dos 18 possíveis na fase preliminar – Inter conquistou 14 -, e por isso esteve sempre a ser, por nós, focalizado ao longo da disputa, até ser eliminado pelo Chivas mexicano de forma surpreendente. Até ali tínhamos todas as informações sobre o time portenho.

Quero então convidar vocês para acompanhar a série de textos sobre a Conmebol Libertadores 2025, onde irei trazer informações e comentários sobre os participantes, o que é feito antes do início da competição, para estarmos familiarizados com particularidades de todos os pretendentes a disputar esse cobiçado troféu e chegar à Glória Eterna.

Grupo A da Conmebol Libertadores

O Grupo A da Libertadores conta com atual campeão da competição, Clube de Regatas Botafogo que, em 2024, obteve seu primeiro título do torneio, tem também Estudiantes de la Plata, tradicional clube argentino, presidido pelo lendário Juan Verón -La Bruxa-, ainda Universidad de Chile de Charles Aránguiz e o surpreendente vice campeão venezuelano Carabobo Futebol Clube da cidade de Valência.

O Fogão é naturalmente favorito para classificação, mesmo tendo perdido vários titulares como Luiz Henrique, Adryelson e importantes atletas do elenco como Tiquinho Soares e Junior Santos.

Afora isso perdeu seu treinador Arthur Jorge, de ótimo trabalho na temporada passada, sendo agora comandado pelo também lusitano Renato Paiva, até aqui uma incógnita, pois tem na sua carreira passagens pelo Independiente Del Valle, substituindo Miguel Angel Ramirez, e ainda sem brilho, figurou como mister de Vasco e Bahia.

Nas reposições de seu plantel, preservou critérios e características físicas, como os zagueiros Jair e Deivid Ricardo e os atacantes Nathan Fernandes e Elias Manoel, jovens de futuro mas ainda não confirmados.

Os destaques do Estudiantes

A segunda força do grupo é o tradicional Estudiantes de La Plata, último campeão da Copa da Liga Argentina, treinado pelo portenho Eduardo Domingues, com alguns trabalhos de sucesso em seu país, no Colón de Santa Fé e Huracán, afora ter brilhado no Nacional do Uruguai.

Seu principal jogador e meio campista Santiago Ascacibar, com passagens inexitosas na Europa – Stuttgart, Cremonese e Hertha Berlin, mas que ao retornar a antiga casa de La Plata tem sido destaque. Normalmente posta-se com a formação 4-2-3-1, tendo no atacante Carillo uma referência ao lado dos extremos Palácios e Castro, ambos com relativo sucesso no ano que passou.

Na defesa, sobressaem Boselli e Nuñez, assim como Meza (lateral). Dentro do normal terá bons desempenhos em casa e será osso duro de roer como visitante, sendo candidato a segunda vaga do grupo A.

Os destaques da Universidad de Chile

O Universidad de Chile, segundo colocado no campeonato chileno, treinado pelo argentino Gustavo Alvarez com modestas passagens pelo Temperley de seu país, Atletico Grau do Peru e o Huachipato, onde venceu o certame local.

Tem como grande referência o nosso conhecido Charles Aránguiz, que no seu país, ao contrário do Brasil, tem tido sequência de jogos, com bons desempenhos. Seu mister portenho costuma desenhar sua equipe em formato 3-5-2, com o zagueiro Calderon, volante Diaz, além dos atacantes Guerra e Fernandez como referências ao lado do príncipe Charles. Causará problemas aos adversários em jogos em casa, porém fora de casa deve ser superado com naturalidade.

Os destaques do Carabobo

Por último Carabobo, venezuelano de Valência, treinado pelo espanhol Diego Merino, jovem com 36 anos, que chegou em segundo lugar no campeonato de seu país. Afora seu expoente atacante Fabian Lodono de 24 anos, não tem maiores destaques, costumando postar-se em formato 4-3-3, merecendo também atenção aos extremas Canozales e Tortolero, além de González e Perez Vasco, volantes. Se as águas dos rios rumarem para o mar, deve ser presa fácil para os adversários.

Fique atento ao site do FootHub para não perder a análise dos próximos grupos.

Texto de Fernando Carvalho

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