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Conheça mais sobre a gestão dominada pelos torcedores alemães. 

gestão do futebol alemão

Alex Grimm/Bongarts/Getty Images

Considerada a liga com maior média de público, em comparação com as outras ligas da Europa, a Bundesliga sempre foi marcada pela ligação que os torcedores mantêm com os clubes e sua importância no funcionamento das instituições. 

Tradicionalmente, os clubes alemães possuem uma forma diferente de gestão dos outros clubes europeus. Ao longo de sua história, eles eram organizações sem fins lucrativos, coordenados pelos seus sócios. 

Com base nesse histórico de administração dos clubes, em 1998, a Liga Alemã de Futebol (DFL) institui a Regra 50 + 1, uma marca do futebol alemão. Veja a seguir o que diz essa regra e alguns casos específicos que driblam essa condição. 

50 + 1

Esse regulamento é válido para a primeira e segunda divisão da Bundesliga, e impede que os clubes da Alemanha tenham investidores externos. Isso permite que os sócios tenham maior poder dentro das instituições e que seus interesses não sejam deixados de lado. Por isso o nome 50 + 1, ele faz referência à fração mínima que deve estar sob controle dos associados dos clubes, 50% mais 1 voto, correspondendo à maioria absoluta. Os 49% restantes dos direitos podem ser vendidos para empresas externas, assegurando que a maior parte esteja nas mãos dos sócios. 

Essa regra permite que a cultura do torcedor, muito marcante no território alemão, seja muito mais do que apenas um consumidor do futebol, mas permaneça como uma peça  fundamental no controle e administração dos clubes. Também possibilita que influências externas administrem apenas a parte financeira dos times.

Esse tipo de gestão nas mãos dos sócios impede a implementação das SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol), pois nesse modelo, o investidor teria a maior porcentagem do clube, descumprindo a regra 50 + 1. Entretanto, existem algumas situações em que a regra é contornada. 

Bayer Leverkusen

O clube já era gerenciado pela Bayer, indústria farmacêutica com sede em Leverkusen, antes da norma ser criada, mais precisamente durante a Primeira Guerra Mundial.

Wolfsburg

Seguindo o mesmo padrão do Bayer Leverkusen, o Wolfsburg foi criado após o final da Segunda Guerra Mundial, pelos trabalhadores da empresa automobilística Volkswagen. A marca de carros controla cerca de 95% do clube alemão. 

RB Leipzig

Quando a empresa de bebidas energéticas, Red Bull, iniciou seus investimentos no Leipzig, o nome da equipe era SSV Markkranstadt, e participava da quinta divisão alemã. Com as mudanças visuais feitas pela empresa no clube, o nome RB Leipzig foi implementado. Porém, devido a proibição de nomes de marcas nos clubes alemães, a sigla “RB” passou a ter um significado diferente: Rasenballsport (traduzindo, esporte de bola na grama). Para conseguir burlar a regra 50 + 1, as decisões dentro do clube não estão no controle dos sócios do clube, e sim dos funcionários da Red Bull. 

Texto de Maria Heloisa Pinzetta


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