Entenda mais sobre o doping, seus prejuízos e como o direito desportivo propõe um futebol mais ético.

Os casos de doping geram grandes repercussões no mundo esportivo e exigem a visibilidade e atenção não apenas de atletas, clubes e confederações, mas também do sistema jurídico que envolve o esporte. Mais do que uma infração técnica, o doping levanta debates sobre ética, responsabilidade e os limites da competitividade. Diante disso, o direito desportivo se apresenta como uma importante ferramenta para lidar com essas situações, envolvendo desde punições até a garantia de práticas esportivas justas.
O que é doping?
O doping trata-se da ingestão de drogas ou outros métodos específicos que propõem melhorar o desempenho do atleta durante o jogo. As substâncias possuem diferentes objetivos, podem ser estimulantes (combatem o cansaço e aumentam a adrenalina), narcóticos (aliviam a dor), diuréticos (ajudam na perda de peso), esteroides anabólicos (fortalecedor de musculatura), entre outras categorias.
O uso dessas substâncias é proibido no mundo esportivo por prejudicar a saúde do atleta e por configurar uma prática antiética no esporte, já que oferece uma vantagem competitiva injusta em relação aos demais.
Como é o exame antidoping?
Os exames antidoping são realizados para identificar substâncias ou métodos proibidos no organismo dos jogadores, visando a igualdade e a proteção da saúde dos atletas. Para esses exames serem realizados, os jogadores são escolhidos de forma aleatória, e podem ser chamados tanto em competições quanto em um dia normal, em um treino por exemplo.
Esse teste utiliza amostras de urina e/ou sangue analisados em laboratórios credenciados pela Agência Mundial Antidopagem (WADA).
Quais as consequências?
A utilização de compostos proibidos pode prejudicar tanto o atleta quanto o clube. Entre as punições estão:
- Suspensão
É a forma mais comum de penalidade. O jogador fica suspenso temporariamente e, em casos mais graves, em definitivo, do futebol. Nesse contexto se encaixa os casos de jogadores como: Paul Pogba (suspenso por 4 anos após positivar testosterona no exame); Manoel (jogador do Fluminense, afastado por 8 meses pela presença de ostarina no antidoping); ex-jogador Dodô (quando atuava pelo Botafogo, foi desligado do futebol por 120 dias pelo consumo da substância femproporex); entre outros exemplos.
- Imagem e reputação manchadas
Estar envolvido em um caso de doping pode manchar a imagem que um jogador passava antes e afeta sua relação com o grupo de trabalho, com o clube e com os torcedores. Além disso, pode influenciar na perda de futuros patrocínios e parcerias do atleta.
- Reabilitação
Dependendo da substância proibida que foi ingerida, o jogador precisa passar por um programa de reabilitação com profissionais e seguir com um acompanhamento médico para tratar das possíveis consequências do doping.
Agência Mundial Antidopagem
Fundada em 1999, a agência procura combater o consumo de substâncias proibidas, administrando regras e políticas envolvendo o antidoping. Com essas práticas, a instituição deseja alcançar um esporte mais justo e igualitário para todos.
Código Mundial Antidopagem
É um documento que reúne todas as regras, políticas e regulamentos antidoping. Dentre os artigos encontrados neste código, pode-se destacar o artigo 2.1.1. Esse registro afirma que o atleta é responsabilizado por qualquer substância proibida encontrada no seu organismo, mesmo que tenha utilizado sem perceber.
Autorização de Uso Terapêutico (AUT)
Caso um atleta precise fazer uso de uma das substâncias listadas como proibidas pela Agência Mundial Antidopagem, deve ser comprovado em um documento médico, relatando que é extremamente necessário esse uso e não há outro método de solução. Também é necessário a AUT, que pode ser solicitada para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem ou para a FIFA (no caso do futebol).
O Direito Desportivo no combate ao doping
Alinhando os conhecimentos sobre leis e sobre doping, é fundamental que o profissional do direito, focado no esporte, promova a justiça dentro de campo e garanta os direitos de todos, além de proporcionar a segurança dos jogadores e assegurar jogos justos e igualitários.
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Texto de Maria Heloisa Pinzetta