
Foto: Gabriel Neukranz/SPORT
Recentemente apresentei uma proposta para a criação de uma competição nacional de futebol de base, fortalecendo o processo relacionado aos clubes formadores. Neste texto apresento uma nova proposta visando também a valorização, de certa forma, dos clubes formadores. Esta nova proposta sem dúvida seria mais drástica e iria gerar uma “revolução” na CBF, liberar os clubes formadores para automaticamente garantirem uma vaga na Série D com seus times aspirantes é um movimento que pode impactar profundamente o futebol brasileiro.
Essa proposta apresenta vantagens significativas tanto para o desenvolvimento de talentos quanto para a competitividade das competições nacionais de base.
Os clubes formadores desempenham um papel crucial no desenvolvimento do futebol nacional. Com essa possível liberação para a participação direta na Série D, esses clubes teriam a chance de proporcionar uma transição mais gradual e estruturada para seus atletas em fase de maturação.
Jogadores que saem ou ainda estão nas categorias de base precisam de um ambiente competitivo para ganhar experiência e se adaptarem ao nível de exigência do futebol profissional. A Série D, com sua abrangência nacional, oferece essa experiência de maneira mais completa do que competições regionais ou de base.
Além disso, essa iniciativa ajudaria a consolidar os projetos de formação como um pilar estratégico no futebol brasileiro. Clubes que investem de forma consistente em suas categorias de base poderiam alinhar seus planos de formação com a chance de disputar uma competição nacional. Esse cenário cria um estímulo adicional para a manutenção e o aprimoramento de estruturas formativas, elevando o nível técnico e organizacional dos clubes.
A inclusão de times aspirantes na Série D pode aumentar o nível de competitividade da competição. Esses times, formados por atletas jovens em ascensão, trariam uma dinâmica de jogo mais intensa e com alto potencial de renovação, o que seria positivo para a evolução do torneio. Além disso, a exposição em uma competição nacional coloca esses jogadores em evidência, tanto para o mercado interno quanto para o externo, favorecendo a visibilidade e a valorização dos atletas formados no Brasil.
Entretanto, é preciso ponderar alguns desafios. A principal questão envolve o equilíbrio da competição. A participação de clubes formadores pode ser vista como uma vantagem esportiva e financeira em relação a clubes que não possuem uma estrutura de base tão sólida. Além disso, a logística e o custo de manter dois times competitivos ao longo do ano, com equipes principais disputando divisões superiores e times aspirantes na Série D, pode ser um fator de pressão para os clubes, mesmo para aqueles com boa estrutura formativa.
Outro ponto que merece atenção é a regulamentação clara desse processo. Será necessário estabelecer critérios transparentes e justos para definir quais clubes terão esse direito, evitando distorções e mantendo a integridade da competição.
A possível liberação dos clubes formadores para garantirem vagas na Série D com times aspirantes pode representar um avanço significativo para o futebol brasileiro. Além de fomentar o desenvolvimento de jovens atletas, essa iniciativa fortaleceria a competição nacional e aumentaria as oportunidades para os clubes investirem em formação. Contudo, para que essa mudança ocorra de forma equilibrada e justa, é essencial que a CBF crie um regulamento robusto, que contemple todos os aspectos esportivos, financeiros e estruturais envolvidos.
Essa discussão é uma oportunidade para refletirmos sobre o futuro do futebol brasileiro e a importância da formação de talentos para o fortalecimento do esporte no país.
Texto de Tiago Borges

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