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Em 2015, o nome de Wallace Reis virou notícia para além do futebol. Zagueiro do Flamengo na época, o jogador criou uma minibiblioteca para estimular a leitura dos atletas das categorias de base do Rubro-Negro. Boa parte dos livros fazia parte de uma coleção particular do zagueiro.

Naquele mesmo ano, o atleta já havia mostrado seu gosto pela leitura quando criou o site “O Wallace Leu”, em que postava crônicas das obras que gostava. Entre os títulos, estavam “Marighella”, já indicado aqui por Tino Marcos, e “1984”. 

Formado pelo Vitória, time em que atua atualmente, Wallace já confessou que o gosto pela leitura começou por lá. O jogador Felipe Saad lhe deu ‘O Homem que Matou Getúlio Vargas’, do Jô Soares, livro que o encantou e o fez procurar por mais títulos de assuntos que interessavam. Assim, descobriu “o quão rico e o quão importante é ler e tentar entender um pouco do mundo”. 

Wallace nunca teve medo de se posicionar, algo incomum no futebol brasileiro, que o próprio reconhece. “Existe uma repressão para não exprimir opinião. Emitir opinião te coloca em situação onde pode ser julgado. Quando entra em campo, você é julgado. E ao se posicionar vem a crítica dobrada”, declarou em entrevista para o UOL no começo de 2020. 

É inevitável que Wallace seja o primeiro jogador ainda em atividade a indicar livros para a Biblioteca Ruy Carlos Ostermann. E seus posicionamentos e vontade de melhor o mundo refletem muito bem as obras escolhidas. 

Confira agora os livros indicados por Wallace Reis

“Belchior: Apenas um rapaz latino-americano”, Jotabê Medeiros

Fala, Wallace! A biografia do Belchior é um livro que eu adorei. Eu conhecia pouco as músicas dele e a partir da biografia eu busquei conhecer mais sobre sua obra e vi o quão Belchior é um grande artista, mas pouco valorizado na MPB. Eu diria que Belchior é o “poeta popular”, com letras fáceis, mais diretas e tem uma sabedoria inacreditável. Não só “Como nossos Pais”, que foi regravada por Elis Regina, mas Rapaz Latino Americano, Sujeito de Sorte são canções que rasgam a alma. Quem gosta de boa música e livro que faça você pensar, é uma boa indicação.

“O demônio na Cidade Branca”, Erik Larson

Fala, Wallace! Esse livro conta a história da primeira Feira Mundial, que se passa em Chicago. É uma história real escrita por Erik Larson, muito inteiressante. E que conta também a história de H. H. Holmes, que foi um serial killer. A partir desses dois fatos, cada capitulo traz um personagem diferente e bem interessante. É um ótimo romance!

“1984”, George Orwell

Fala, Wallace! 1984 é meu livro preferido. Acho que é um livro de estado de urgencia, porque faz com quem leia tenha um senso crítico mais apurado e mais reflexivo. George faz uma crítica ao totalitarismo, e dentro dessa crítica o autor me fez pensar que nenhum ideologia vai ser utópica, porque por traz da ideologia tem um ser humano. Infelizmente a gente passa a ser um pouco pessimista depois de ler 1984, mas entende o porquê desse pessimismo.

Texto de Júlia Vargas.

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