Quem realmente está formando os atletas mais preparados do país?

Divulgação CBF
O futebol de base brasileiro continua sendo uma das principais fontes de talentos do mundo. No entanto, em um cenário com centenas de jovens promessas, a grande pergunta é: como identificar, com precisão, quais atletas estão realmente prontos para dar o salto ao profissional?
Para responder a essa pergunta, o Código de Análise — plataforma que utiliza 88 algoritmos próprios para mensurar desempenho técnico, físico, tático e cognitivo — avaliou 869 atletas que integram os elencos da Série A do Campeonato Brasileiro Sub-20 – Temporada 2025.
O resultado é uma radiografia precisa da qualidade formativa dos clubes, revelando quem está liderando a nova geração do futebol nacional. Não foram analisados titulares e reservas, não significa que os níveis maiores configuram titularidade e vice-versa, tão pouco a classificação do campeonato atrelada a estes dados.
Metodologia de Avaliação
Cada jogador foi analisado com base em indicadores objetivos e classificados em uma escala de 0 a 5 levando em consideração os 88 algoritmos e as posições dos atletas:
- Nível 5 – Excelência e potencial de transição imediata ao profissional
- Nível 4 – Desempenho muito acima da média
- Nível 3 – Acima da média, com grande margem de evolução
- Nível 2 – Regularidade, atenção necessária
- Nível 1 e 0 – Zona de alerta (abaixo da média)
Clubes com maior percentual de atletas no Nível 5 (elite técnica)
Potenciais prontos para o mercado profissional
Atlético Paranaense – 13%
Flamengo – 10%
Palmeiras – 8%
Vasco da Gama – 7%
Esses clubes se destacam não apenas na captação, mas principalmente na formação técnica, cognitiva e de jogo coletivo dos seus talentos.
Nível 4: Atletas com alto grau de preparação
Santos – 39%
Palmeiras – 35%
Red Bull Bragantino – 31%
Cruzeiro – 29%
A tradição formadora do Santos se alia a um processo atual de excelência, enquanto Palmeiras , Red Bull e Cruzeiro demonstram constância na entrega de atletas altamente competitivos.
Nível 3: Elencos consistentes e com margem de evolução
São Paulo – 36%
Flamengo – 33%
Internacional – 30%
Palmeiras – 29%
Esses dados refletem processos bem estruturados, com atletas acima da média e prontos para saltos qualitativos com desenvolvimento contínuo.
Nível 2: Zona de regularidade (ou de atenção)
Clubes com menores percentuais nesse nível — o que é positivo, pois indica mais atletas em faixas superiores:
Santos – 10%
Bahia – 13%
Fortaleza – 14%
Palmeiras – 16%
Menos atletas na média significa elencos mais qualificados e prontos para desafios maiores.
Níveis 1 e 0: A zona de alerta
Clubes com baixa concentração de atletas abaixo da média — outro excelente indicador de qualidade:
Palmeiras – 8% (nível 1)
Flamengo – 11%
Santos – 12%
São Paulo – 14%
Destaque para o RedBull Bragantino com nenhum atleta validado no nível 0:
Elencos com maior percentual de atletas acima da média (níveis 3, 4 e 5)
Palmeiras – 73%
Santos – 66%
Flamengo – 60%
Red Bull Bragantino / São Paulo – 58%
Cruzeiro – 54%
Indicadores como esse apontam clubes que conseguiram unir captação eficiente, processos de treino inteligentes e um bom ambiente de desenvolvimento.
Clubes com menor percentual de atletas acima da média
Grêmio – 21%
Atlético-GO – 23%
Botafogo – 26%
Além disso, esses clubes, ao lado do Vasco da Gama, foram os que apresentaram menor número de atletas validados.
Grêmio – 24%
Atlético-GO – 26%
Botafogo e Vasco – 27%
Os atletas validados são aqueles que apresentam mais de 450 minutos jogados com os dados coletados, ou seja, os clubes podem encontrar em seus elencos atletas com níveis melhores, o que de certa forma irá melhorar o nível do grupo.
A inteligência esportiva como pilar da formação
Essa análise revela um cenário em que dados e algoritmos deixam de ser coadjuvantes e se tornam protagonistas na gestão da base.
O Código de Análise oferece mais do que números: entrega visibilidade, precisão e comparabilidade. É uma ferramenta indispensável para clubes, gestores e coordenadores que desejam transformar seus elencos, detectar talentos reais e tomar decisões com base em evidências.
Profissional do futebol, a pergunta que fica é:
Você sabe qual é o nível real do seu elenco?
Se ainda não, talvez esteja na hora de deixar a intuição no banco e escalar a ciência para jogar ao seu lado.
Para conhecer mais sobre o Código de Análise e aplicar no seu clube, fale comigo.
Texto de Tiago Borges

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