
Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Nos últimos anos, os altos índices de investimento e lucro no futebol vêm crescendo de forma contínua. Com novas formas de monetização e a entrada constante de fundos externos, é natural que os maiores clubes passem a investir cada vez mais, criando um abismo financeiro em relação às demais equipes. Diante desse cenário, surge o debate: Quais medidas podem ser tomadas para tornar o futebol mais competitivo e menos desigual no Brasil?
É justamente essa a proposta do Fair Play Financeiro, um modelo de controle econômico já aplicado em diversas ligas do mundo e que começa a ganhar força no país.
O que é o Fair Play Financeiro?
O Fair Play Financeiro é um conjunto de regras que determina que os clubes gastem dentro de suas próprias receitas, promovendo sustentabilidade econômica e responsabilidade na gestão. O objetivo é evitar o acúmulo de dívidas, garantir pagamento de obrigações em dia e reduzir a disparidade entre equipes com orçamentos muito diferentes.
Em resumo, o sistema busca equilibrar a competitividade e proteger a saúde financeira dos clubes a longo prazo.
Como funciona na prática o Fair Play Financeiro?
Monitoramento: As finanças dos clubes são acompanhadas de forma contínua por um sistema técnico que verifica o cumprimento das regras.
Limites de gastos: Existem restrições para salários, encargos, agentes e amortizações, sempre proporcional à receita oficial do clube.
Sanções: Quem não cumpre as normas pode ser punido com:
Transferban (proibição de contratar jogadores)
Exclusão de competições
Bloqueio de contas ou registro de atletas
Onde o Fair Play é aplicado hoje?
As principais ligas europeias já possuem regras de controle financeiro. Veja alguns exemplos:
Espanha – La Liga
Limite de 70% das receitas para gastos com salários de atletas e comissões técnicas. A dívida líquida não pode superar o total de receitas. E o saldo entre compras e vendas de jogadores deve ser inferior a 100 milhões de euros.
Inglaterra – Premier League
Controle do prejuízo acumulado nas últimas três temporadas. O clube pode ter até 15 milhões de libras em prejuízo — esse limite sobe para 105 milhões se os acionistas aportarem 90 milhões.
A partir de 2025/26:
85% da receita como limite para gastos com salários, agentes e amortizações. Teto salarial ligado ao valor recebido em direitos de transmissão: A folha não pode superar cinco vezes a menor receita de TV da liga.
UEFA – Competições Continentais
Sistema implantado em 2009 e atualizado em 2022. Exige comprovação de que não há atrasos em pagamentos nos meses de julho, outubro e janeiro (atrasos acima de 90 dias geram punições). Limite de 60 milhões de euros em prejuízos acumulados por três temporadas — pode subir para 90 milhões com aporte de acionistas. Limite de gastos com salários, agentes e amortizações: 90% da receita (temporada passada), 80% atualmente e 70% a partir de 2025/26.
E no Brasil?
Diante do aumento das diferenças econômicas entre os clubes brasileiros — especialmente com a chegada das SAFs e o crescimento do mercado — entidades e especialistas defendem a adoção de um Fair Play Financeiro nacional. O argumento principal é que o mecanismo poderia evitar que alguns clubes gastem muito acima do que arrecadam, reduzindo o risco de falências e aumentando o equilíbrio entre os participantes das competições.
Se for implementado de forma séria, o Fair Play Financeiro poderia representar um divisor de águas no futebol brasileiro, trazendo maior controle, transparência e competitividade às disputas.
Texto de Pepe Scobby

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