Seria Carlo Ancelotti a melhor alternativa para a Seleção Brasileira?

Especula-se na imprensa nacional, a contratação do italiano Carlo Ancelotti, como próximo treinador da Seleção Brasileira de Futebol, nome surgido após cotejo com Fernando Diniz ( sobre quem já comentamos no texto anterior) e Abel Ferreira, conceituado coach português , há 3 anos trabalhando de modo exitoso na S. E. Palmeiras.

Como atleta, Ancelotti teve grande destaque nas décadas de 80 e 90, atuando na Roma (contemporâneo de Paulo Roberto Falcão), quando ganhou títulos da Copa Itália e do Campeonato Italiano, e também no Milan, onde também sagrou-se campeão das mesmas competições, e igualmente conquistou a UEFA Champions League, Taça Intercontinental e Supercopa Europeia sendo um dos players mais vencedores do seu tempo.

Sua trajetória como treinador iniciou na Juventus de Turim, onde em 1999, sagrou-se campeão da Copa Intertoto (certamente disputado por clubes europeus de vários países que não estavam classificados para Champions League e Copa UEFA), passando por Milan, Chelsea, Paris Saint Germain, Real Madrid e Bayern de Munique, em cujos clubes obteve Copas e Campeonatos Nacionais de cada pais, várias Champions League, vários mundiais de clubes, além de Supercopas Europeias. Poucos profissionais no mundo estão tão acostumados ao pódio e a alegria das conquistas como Carlo Ancelotti.

A marca de suas atuações como atleta era a discrição com competitividade, sendo um meio campista extremamente tático, com desempenho voltado ao esquema de jogo implementado por seu técnico. Já como treinador, a tônica de seus times, e o futebol pragmático e resultadista, praticamente espelhando o que fora como atleta.

Pode-se dizer que ainda hoje, repleto de láureas, é um treinador renomado no futebol, conhecido por sua capacidade de adaptar seu esquema de jogo às características de seus jogadores e às necessidades da equipe. Embora se possa fornecer informações gerais sobre as preferências táticas de Ancelotti, é importante ressaltar que sua abordagem pode variar dependendo do clube, dos jogadores que ele treina e dos adversários que enfrenta.

A frase que costumeiramente utilizamos nas aulas do FootHub “Para cada realidade uma verdade”, adequa-se sobre maneira a Ancelotti, pois, dependendo da situação ele é reativo, em outras vezes ele é propositivo, ora com transição rápida e vertical, ora com posse de bola e futebol dominante.

Na maioria das vezes, busca uma defesa organizada e sólida. Costuma adotar uma formação com quatro defensores, geralmente uma linha de quatro, com dois zagueiros centrais e dois laterais. No entanto, ele também pode optar por utilizar uma linha de cinco defensores em algumas ocasiões, utilizando laterais mais recuados ou zagueiros adicionais para reforçar a defesa.

Na faixa central, Ancelotti valoriza setor bem equilibrado, capaz de controlar o jogo e fornecer resguardo para a defesa e apoio para o ataque. Costuma utilizar um meio-campo em formato de triângulo, com um volante defensivo posicionado mais à frente da linha de defesa e dois meio-campistas mais avançados e moveis, que jogam de área a área. Essa formação permite que a equipe tenha um equilíbrio entre a contenção defensiva e a criação de jogadas ofensivas.

construção de jogadas. Ele valoriza a movimentação inteligente dos jogadores no campo, buscando criar espaços para a infiltrações e as trocas de passes. Ancelotti pode variar entre uma abordagem mais paciente, valorizando a posse de bola e a construção de jogadas, ou uma abordagem mais rápida e vertical, buscando explorar os contra-ataques e a velocidade dos jogadores ofensivos. Os analistas espanhóis costumam adjetivar o desenho de sua forma de jogar como “arbol navidad”!

“Arbol Navidad” de Ancelotti no Real Madrid 2020

É importante lembrar que o estilo de jogo de Ancelotti pode variar de acordo com os jogadores disponíveis e as circunstâncias específicas de cada partida. Ele é conhecido por sua capacidade de adaptação e flexibilidade tática, portanto, essas informações fornecidas são apenas uma visão geral de suas preferências.

Destaco que mesmo tendo treinado equipes, na maioria das vezes com atletas de alto nível, raramente o técnico italiano apresentou futebol vistoso, de alta qualidade que encantasse imprensa e torcedores, porém, em contrapartida, sempre foi muito efetivo, competitivo, pragmático e vitorioso, haja vista os títulos conquistados por seus times.

Vislumbro esse aspecto como muito importante para o êxito e aceitação do profissional pela comunidade brasileira, assim entendidas imprensa, redes sociais e torcedores, pois, em nosso pais, campeia o conceito e o entendimento, (muitas vezes equivocado), de que deve prevalecer o futebol bem jogado, vistoso, repleto de craques (nem sempre competitivos) em detrimento do futebol de resultado, quando títulos são obtidos sem brilho.

Arremato dizendo que Carlo Ancelotti, por tudo que já fez, por seus conceitos, por suas praticas e por seus títulos, seria uma boa escolha para seleção brasileira.

Fernando Carvalho

Texto de Fernando Carvalho.

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