O olhar atento do Palmeiras aos jovens talentos no Nordeste

Em outubro de 2022, o técnico Paulo Victor Gomes, na época comandante do Sub-20 do Palmeiras, deu a seguinte declaração ao canal Podporco: “Os dois pilares da formação de jogadores são captação e trabalho de campo”.

Divulgação Palmeiras

Nos dias de hoje, o termo captação corresponde ao trabalho dos populares “Olheiros”, ou seja, descobrir novos talentos. E o clube da Rua Palestra Itália é um dos principais exemplos de como fazer isto com maestria principalmente no Nordeste, região que historicamente é um celeiro de craques.

Saíram do futebol nordestino os seguintes jogadores(as) que fizeram sucesso no mundo da bola: Rivaldo, Juninho Pernambucano, Dida, Marta, Formiga, Bebeto… entre outros. Na coluna de hoje iremos citar cinco promessas que o Alviverde buscou na Bahia, em Sergipe e em Pernambuco. Muito disso passa pelo excelente trabalho do baiano João Paulo Sampaio, coordenador da base palmeirense desde 2015. Antes de vir para São Paulo, João Paulo trabalhou no Vitória e tem muitos contatos espalhados pelo Nordeste.

DANILO

Foto: Cesar Greco

Em entrevista ao canal da jornalista Yara Fantoni, em fevereiro de 2023, JP Sampaio contou a história de como Danilo chegou ao Verdão: “Ele estava no Cajazeiras, clube da segunda divisão baiana. O motorista do clube, que sempre mandava jogador para mim na época do Vitória, disse que um menino de 16 anos estreou no profissional e era para eu dar uma olhada.” O resto é história. O volante, hoje no Nottingham Forrest da Inglaterra, foi aprovado no teste e em 2020 impressionou a comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo que o promoveu para o time principal.

LUÍS GUILHERME

Divulgação/Palmeiras

O meia Luís Guilherme, destaque absoluto da base do Palmeiras desde a sua chegada no Sub-11, nasceu em Aracaju. Manga, como é chamado internamente, chegou ao Alviverde graças a outro contato importante de João Paulo: Marcelo Paraíba, o primeiro treinador do jovem sergipano. Marcelo ligou para o coordenador da base palmeirense e indicou o garoto em 2017, quando ele tinha apenas 11 anos de idade. Hoje em dia, o Cria da Academia está integrado ao profissional onde estreou com 17 anos.

JUAN FELIX

Divulgação/Palmeiras

O atacante Juan Felix, de 15 anos, ainda não estreou no profissional mas já atua na categoria de cima contra atletas de 16 e 17 anos e acumula convocações para seleções de base. O garoto chamou a atenção do time palestrino ao marcar 17 gols em 9 partidas atuando pelo Retrô no Campeonato Pernambucano Sub-13 em 2021.

Pode ser um dos nomes que vão representar a Seleção Brasileira infantil no Sul-Americano da categoria no final de 2023. Trata-se de uma espécie de Copa América para atletas de até 15 anos.

Além dos citados, as categorias de base do Alviverde contam com outros jogadores nordestinos bem menos badalados. Por exemplo, o goleiro Aranha (ex-Santa Cruz e Sport) foi campeão da Copinha 2023 como titular. Além do atacante Ícaro, da categoria Sub-14, que veio do Náutico.

Para muitos, o Palmeiras tem hoje a melhor base do Brasil e isto não é por acaso. Os processos existem, os Scouts observam as regiões onde o talento está presente e investe na logística necessária para trazê-los. Em seguida, estes atletas são desenvolvidos pelos treinadores e profissionais do clube para que traduzam isso em retorno técnico e financeiro. Quem será o próximo?

Texto de José Gustavo Félix

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