História da taça da Libertadores

O troféu da Libertadores foi criado em 1959, um ano antes da primeira edição da Copa em 1960. O responsável pela obra foi Alberto Gasperini, designer italiano que vivia no Peru onde trabalhava em uma loja de artesanatos chamada Prataria Camusso. A primeira versão do troféu era composta apenas da parte superior da taça que conhecemos hoje, sem a base de madeira, medindo um total de 63 centímetros de altura. No topo da taça, uma figura composta de bronze que representava um jogador de futebol se preparando para dar o pontapé inicial da partida com a perna direita.

Abaixo do jogador, uma esfera que carregava os 10 brasões dos países membros da CONMEBOL com a inscrição “Campeonato de Campeones de Sudamerica“, nome original do torneio. As “orelhas” possuem escadas internas que simbolizavam o estádio, arquibancada e gramado. 

Taça da Libertadores ainda sem a base de madeira (esquerda) e a Taça em 1967 no título do Racing já com a base de madeira e as placas (direita)

Inicialmente, quem vencesse a competição três vezes ficaria com o troféu, o que aconteceu com Estudiantes de La Plata entre 1968, 1969 e 1970 e nos anos de 1972, 1973 e 1974 com o maior campeão da Copa, Independiente de Avellaneda. Para a edição de 1975 foi feita uma nova taça, mas dessa vez trocando a frase no meio da esfera para “Copa Libertadores”. Taça essa que também ficou com o Independiente que conquistou o tetracampeonato seguido. Desde então, nenhum clube conseguiu conquistar o tricampeonato consecutivo, tornando a taça de 1975 a mais conhecida por todos. 

Imagem da comemoração do título da Libertadores de 1975 conquistada pelo Independiente

Somente em 1967 que a taça foi receber a base de madeira com as placas dos campeões de cada edição. Placas essas que eram sempre confeccionadas pelos próprios clubes sem nenhum padrão estabelecido pela CONMEBOL. As placas do Boca Juniors de 1977 e 1978 por exemplo são de ouro, enquanto a maioria das placas são de bronze ou prata. A maior placa é a da LDU do ano de 2008. Já do Grêmio de 1981 é a única com uma borda com as cores do time. A base onde as placas eram fixadas primeiramente era pintada na cor preta e passou a ser marrom somente no ano de 1982. 

Taça em 1967 no título do Racing já com a base de madeira e as placas (esquerda) e a Taça em 2016 onde é possível ver as as
placas douradas do Boca, a placa bordada do Grêmio e a maior de todas da LDU

A taça teve sua base aumentada duas vezes, a primeira em 1982 após o título do Flamengo de 1981 que preencheu o 22º espaço e depois em 2004, após o preenchimento total da base no ano de 1994. Até hoje existe uma dúvida sobre o que aconteceu com as placas dos campeões entre 1995 e 2003.

Zico levantando a taça ainda com 3 placas por coluna (direita) e Taça conquistada pelo Peñarol em 1982 já com 4 placas por coluna (esquerda)
Taça em 2003 na conquista do Boca Juniors com todas os espaços completos (esquerda) e Taça em 2004 na conquista do Once Caldas com sua base aumentada pela segunda vez (direita)

Na comemoração do título do Once Caldas em 2004 a taça original de 1975 foi seriamente danificada ao cair no chão e várias peças sumiram no meio da festa. O troféu foi então restaurado e utilizado até 2008 quando foi conquistado pela LDU. Em 2009 ele foi enviado para o museu da CONMEBOL.

Taça danificada durante a comemoração do Once Caldas

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Para a edição de 2009 a CONMEBOL apresentou uma réplica mais brilhante feita de prata 925, com as placas padronizadas e uma base mais escura feita de madeira de cedro pesando 10,25kg com 99 centímetros de altura. A nova taça tem lugar para 63 placas e teve a sua última placa preenchida em 2022 pelo Flamengo. As principais diferenças para o troféu original de 1960 são as seguintes:

– Ao invés de simbolizar um globo como na taça original, a esfera da taça de 2009 representa uma bola e tem um tamanho um pouco menor. 

– O jogador no topo chuta a bola com o pé esquerdo ao invés do direito e simboliza um jogador chutando um pênalti ao invés do pontapé inicial

– As placas são todas personalizadas e padronizadas com dez centímetros de largura e 3,5cm de altura com nomes, distintivos e anos das conquistas de cada clube

A taça réplica entregue pela primeira vez em 2009 ao Estudiantes de La Plata

Embora o troféu original não fosse mais entregue ao campeão, as placas seguiam sendo colocadas no mesmo em cada edição.

Após 10 anos no museu, o troféu de 1975 voltou ao seu local de origem para ser mais uma vez restaurado e entregue ao campeão da edição de 2021. As peças originais foram recolocadas e todas as placas foram retiradas para que a base pudesse ser polida novamente. A CONMEBOL chegou a produzir um vídeo mostrando todo o processo de restauração.

Taça original restaurada entregue ao Palmeiras em 2021


Desde então, a CONMEBOL entrega para o campeão a taça de 1975 restaurada. Após fazer a festa com a torcida em sua cidade, o troféu é devolvido para a CONMEBOL para ser entregue ao campeão do ano seguinte. Após o título do Flamengo em 2022 a taça ficou com lugar para apenas mais uma placa para o campeão de 2023 e a CONMEBOL já anunciou que não irá aumentar a base novamente. Acredita-se que as placas serão todas removidas e substituídas por placas menores e padronizadas, abrindo assim mais espaço para os futuros campeões.

Texto por Gustavo Saraiva – Equipe de Educação e Inovação do FootHub

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