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Divergência entre Flamengo e os clubes paulistas na Análise de Dados Financeiros

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No cenário do futebol brasileiro, é inegável a supremacia financeira do Flamengo em relação aos clubes de São Paulo. Uma disparidade que pode soar contraditória, considerando que São Paulo é o estado com a maior concentração de renda no Brasil, superando inclusive o estado do Rio de Janeiro, onde está o clube rubro-negro.

De acordo com o IBGE, enquanto São Paulo ostenta o maior PIB entre os estados brasileiros (2,7 trilhões), o estado do Rio de Janeiro figura na segunda posição em comparação aos estados, mas com um valor nominal significativamente inferior (949,3 bilhões). Como explicar essa preponderância em meio a tal cenário? Devemos contextualizar dois fenômenos que contribuem para essa possível inversão de entendimento.

Em primeiro lugar, é necessário reconhecer o contexto histórico, um movimento que denota a primeira grande diferença entre o Flamengo e os demais clubes do Brasil: a quantidade de torcedores. Ainda que em décadas não tão distantes, as ondas do rádio e as transmissões estivessem centralizadas sob a ótica dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, foi o Flamengo que mais angariou seguidores nessa figurada “corrida”.

Segundo uma pesquisa realizada pela Globo/Inpec, Flamengo e Corinthians possuem as maiores torcidas do Brasil, com aproximadamente 47 milhões e 33 milhões de torcedores, respectivamente. Na conjuntura econômica do futebol, torcedores e consumidores se confundem, dando maior possibilidade de crescimento aos clubes com mais consumidores.

Em segundo lugar, coube ao Flamengo aproveitar primeiro e melhor seus recursos. Com uma gestão eficiente, o clube conseguiu ampliar sua receita nos últimos anos. Explorou diversas fontes de receita, como patrocínios, venda de jogadores, direitos de transmissão e bilheteria, de maneira estratégica e assertiva. Aliado a esta evolução, rotinas de compliance e modelos de negócios sólidos e sustentáveis deram o norte ao clube carioca. Tendo como consequência, investimentos em infraestrutura, contratações de alto nível e desenvolvimento de novos talentos em sua categoria de base.

Pela ótica paulista, há um componente que rivaliza junto ao Flamengo, dentro e fora de campo, como uma potência: o Palmeiras. O clube ascendeu na última década para uma profissionalização tão ou mais significante do que o clube rubro-negro, possuindo, por exemplo, uma das melhores categorias de base do país. Entretanto, tal evolução ainda não permite ao Palmeiras um faturamento próximo ao Flamengo. Além disso, a ausência de títulos expressivos nos últimos anos impacta diretamente na geração de receitas, seja por premiações ou por aumento do interesse de investidores e patrocinadores.

Se financeiramente os valores estão distantes, esportivamente o clube alviverde compete à altura. O clube figura com frequência em, no mínimo, semifinais das copas e sempre desponta como candidato ao título de campeão brasileiro, possuindo 12 títulos ao longo da história (maior vencedor).

Apesar da grande concentração de renda no estado, muitas vezes essa riqueza não se traduz diretamente em apoio financeiro aos clubes de futebol. Os demais três clubes com uma relevante torcida enfrentam, em momentos distintos, cenários um pouco instáveis. Gestões nem tão eficientes, problemas políticos e estruturais são algumas limitações em seus potenciais de crescimento, financeiro e esportivo. Santos, por sua vez, com a maior categoria de base do país, e Corinthians, com a maior torcida do maior estado brasileiro, ilustram este exemplo.

Além dos dois contextos, há uma terceira visão alternativa. Enquanto o Flamengo possui receitas muito distantes dos demais clubes cariocas, o Palmeiras precisa travar uma briga acirrada de representatividade e financeira com os demais clubes do estado, que não só possuem mais recursos financeiros do que os clubes do Rio de Janeiro como os clubes menores figuram com relevância nas demais divisões do futebol brasileiro.

Portanto, é fundamental que os clubes de São Paulo e demais regiões do Brasil repensem e prossigam buscando estratégias de gestão e captação de recursos. Exemplos como os de Fortaleza e Athletico Paranaense demonstram cenários com menos consumidores/torcedores mas que ascendem esportivamente. Afinal, a competição saudável e equilibrada é essencial para o desenvolvimento do futebol nacional e para garantir que todos os clubes tenham condições justas de competir em alto nível.

Texto de Mahal Terra

executivo de futebol

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