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categoria de base

Reprodução Twitter @Copinha

No último dia 25 de janeiro tivemos o fim de mais uma edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior, conhecida carinhosamente como “Copinha” (Masculina). Foram 128 equipes, 277 jogos e 3.745 atletas inscritos, além de inúmeras pessoas envolvidas para dar suporte aos atletas.

Neste mesmo mês, ocorrem também competições de base no país inteiro, nas mais diferentes categorias – Sub-11, Sub-12, Sub-13, Sub-14 e assim por diante -, em uma época, que, para muitos desses meninos, é um momento de férias escolares.

Diante deste contexto, podemos fazer a seguinte analogia: assim como, se estuda o ano inteiro para passar de ano no colégio, se treina o ano todo para jogar essas competições de janeiro, de “final de temporada” e ser promovido à categoria superior ou time principal no caso de quem joga a Copinha.

Grande parte destes jogos também são monitoradas por profissionais de base, Scouts, Observadores, “Olheiros” atentos aos jogos e, às possibilidades de acrescentar novos talentos para suas respectivas agremiações.

A Copa São Paulo, Copinha, pelo apelo da mídia, proximidade da idade dos jogadores com a das equipes principais, acaba sendo uma espécie de “vitrine”, uma grande atração, já que é um período onde não existem muitos jogos no futebol nacional, e de muita responsabilidade para todos os envolvidos, pois os holofotes estão voltados para este torneio.

Diante do contexto do parágrafo acima, o que deve ser compreendido para que torneios, como a Copinha, sirvam efetivamente em relação ao processo de formação (principalmente na transição) das categorias de base?

Para a resolução deste questionamento, três elementos são fundamentais: avaliação do método de treinamento vigente, dos jogadores do clube e a existência de perfil na prospecção para uma possível inserção do atleta observado durante os jogos, no clube.

Método de Treinamento: Independente da Categoria, todo clube deve (ou deveria) ter alicerces para o desenvolvimento formativo pautados em uma metodologia específica, principalmente sob o olhar individualizado em relação aos jogadores, pois, dificilmente subirá uma equipe inteira ao primeiro time.

O que foi planejado para cada um, e para o desenvolvimento daquele respectivo grupo, durante o ano deve ser comparado com a prática (no caso, a competição) e, considerações devem ser realizadas, com o propósito de melhorar ou reafirmar o processo.

Além disso, tudo deve estar alinhado à proposta que o clube apresenta. Se pegarmos o exemplo de um time considerado “grande”, ele joga também o Brasileiro, Copa do Brasil Sub-20 e outras competições, como os estaduais, ao longo do ano, quase uma rotina de equipe profissional. Ao final da temporada tudo deve ser posto à mesa, procedimentos debatidos e deve-se saber que caminho seguir, o que deve ser mantido e / ou modificado.

Avaliação dos Jogadores – com base nos pilares do desenvolvimento formativo, os jogadores tiveram estímulos de treinamento e de orientação geral, deve-se analisar os fatos com base no planejamento individual e na perspectiva de integrar a equipe principal ou, no caso das categorias menores e intermediárias, o potencial de desenvolvimento, onde devemos considerar, estado maturacional, capacidade de adquirir conhecimento e executar as tarefas do jogo de acordo com as diferentes situações, o perfil (físico, técnico, tático, atitudinal) desse / dessa atleta, se é condizente com a cultura e com os propósitos do clube.

A prospecção (do ponto de vista técnico) – um banco de dados deve ser feito e, a primeira situação, independente da idade é: qual é a reserva de potencial que aquele menino (a) tem? Segundo: de acordo com a idade, o quanto ele / ela ainda pode evoluir? Aqui abre-se um parêntese nesta colocação a respeito da importância de se ter uma equipe B, ou Sub-21 ou Sub-23, pois existem jogadores de “último ano” descobertos em torneios como a Copinha (até o Sub-20) com lastro de crescimento e qualidades que o credenciariam para jogar em alto nível.

Ainda mais se o clube tiver um plano de ação e um método de desenvolvimento individual/ coletivo adequado para a fase de transição. Terceiro: critério de comparação com os jogadores já existentes no plantel e sua performance recente, associada à possibilidade de evolução no período de formação. Não adianta incorporar um atleta ao clube sobrepondo jogadores que apresentem altos níveis de potencial, apenas porque alguém “se destacou” pontualmente. Há de se analisar o contexto sempre.

Dito isso, um outro elemento importante, porém, em algumas vezes traiçoeiro é o desempenho competitivo da equipe. Derrotas e vitórias fazem parte do processo de formação, logicamente, quanto maior a categoria, maior é a exigência. Entretanto, há de se compreender o que aquele clube tinha como objetivo com aqueles jogadores naquele torneio em especial, isso vem antes de qualquer situação. Da mesma maneira que não dá pra achar tudo errado quando se perde, não está tudo certo quando se ganha. É fundamental alinhar o propósito da agremiação com os aspectos competitivos e de “resultados” de jogo.

Em função disso, alguns questionamentos podem ser feitos para se avaliar estes resultados (os de formação), além dos perceptíveis placares de jogos ou colocação na competição, por exemplo:

  • De que forma aqueles meninos reagiram diante dos desafios da competição?
  • De que maneira compreenderam e executaram as ações de jogo sobre pressão da competição (TV, Público e presença de Scouts do mundo inteiro)?
  • Quais atitudes e comportamentos dentro das partidas esses meninos tiveram que são os credenciam para a jogar numa equipe principal?
  • Qual é a reserva de evolução que eles ainda apresentam até a idade limite do primeiro time (ou categoria maior quando não for a última antes da transição)?

Esses são exemplos de questionamentos que podemos realizar, evidentemente, cada clube tem sua realidade – e é possível promover todas estas reflexões e, posteriores ações, em diferentes contextos -, o mais importante é ter critérios bem definidos, coerência entre aquilo que se propõe, executa e avalia. E também, deve-se compreender que estes jogadores participantes das competições, podem gerar resultados de formação e performance, títulos no time principal, além de perpetuar a cultura do clube e ainda gerar receita para a agremiação.

Texto de Wilson Souza

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